Academia Equilíbrio

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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Médicos falam de esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica


Bem Estar desta quinta-feira (30) falou de doenças no sistema neurológico.
Problemas podem atingir o sistema nervoso central ou periférico; entenda.

Do G1, em São Paulo
Doenças no sistema neurológico, como a esclerose múltipla, a esclerose lateral amiotrófica e a síndrome de Guillain-Barré, por exemplo, podem afetar o corpo todo e causar alterações ou perda dos movimentos. No Bem Estar desta quinta-feira (30), os neurologistas Tarso Adoni e Leandro Calia falaram sobre os tratamentos desses problemas e as consequências deles na qualidade de vida dos pacientes.
Segundo os médicos, a causa da esclerose múltipla é desconhecida. O que se sabe é que a doença ataca as bainhas de mielina, que são espécies de "capas" dos neurônios – sem essa proteção, os impulsos começam a passar em uma velocidade mais lenta.
Mais comum nas mulheres, a esclerose é uma doença crônica, ou seja, não tem cura. Mas como explicou o neurologista Tarso Adoni, existem diversos tratamentos e medicamentos que permitem que o paciente tenha uma vida normal.
Os médicos falaram também da síndrome de Guillain-Barré, doença no sistema nervoso periférico, em que o próprio sistema imunológico do paciente ataca a bainha de mielina, no sistema nervoso. A síndrome não tem causa conhecida e pode provocar sequelas e levar à perda dos movimentos no corpo todo. Uma das maneiras de tratamento é a fisioterapia e a reabilitação, como mostrou a reportagem (veja no vídeo acima). Segundo o neurologista Leandro Caia, se tratada do jeito certo, a doença tem uma chance alta de cura.
Ainda no sistema nervoso periférico, pode ocorrer a esclerose lateral amiotrófica (E.L.A.), doença que leva à morte progressiva dos neurônios responsáveis por comandar músculos e movimentos voluntários. Nesse caso, não tem cura e a progressão pode ser rápida e levar de 3 a 5 anos, por exemplo. Seja qual for a doença, ao receber o diagnóstico, alguns pacientes acabam se isolando, o que é um caminho para a depressão, um problema que pode piorar ainda mais a qualidade de vida. O neurologista Tarso Adoni explica que o ideal é encarar o tratamento, com a ajuda e o aconchego dos outros (entenda no vídeo abaixo).

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/10/medicos-falam-de-esclerose-multipla-e-esclerose-lateral-amiotrofica.html

Pesquisadores de SP desenvolvem 'viagra verde' com pimenta asiática


Farmacêutico da Unifran conseguiu patente para usar nova molécula.
Descoberta foi feita durante pesquisa para tratar o Mal de Chagas.

Felipe TurioniDo G1 Ribeirão e Franca
Pimenta-de-java possui substância que ajuda a evitar disfunção erétil (Foto: Márcio Luís Andrade e Silva)Pimenta-de-java possui substância que facilita
ereção (Foto: Márcio Luís Andrade e Silva)
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Franca (Unifran), no interior de São Paulo, descobriu a existência de uma molécula natural capaz de combater a disfunção erétil. A substância foi encontrada em uma pimenta indiana e patenteada em junho deste ano para ajudar no desenvolvimento de um ‘viagra verde’ - medicamento mais saudável, segundo os pesquisadores - e que auxilia na ereção.

A molécula foi descoberta durante uma pesquisa para o tratamento do Mal de Chagas, que começou há 10 anos. Durante os estudos, os pesquisadores isolaram diversas substâncias, incluindo a (-) cubebina (menos cubebina), encontrada na pimenta-de-java (Piper cubeba), importada da Índia. Ao testar a molécula em camundongos, os responsáveis pela pesquisa notaram ereção nos animais.
O farmacêutico Márcio Luís Andrade e Silva, um dos envolvidos no estudo, explica que, a princípio, a substância age bloqueando a PDE5, conhecida como fósforo-diestarase 5. “Ela bloqueando esta substância, ela aumenta ou provoca a ereção, já que a PDE5 é a causa da degradação de outra substância que, através do metabolismo, permite o enchimento de sangue no corpo cavernoso do pênis."
Segundo a pesquisa, o efeito da molécula se mostrou 50% mais potente quando comparado a outras substâncias, como o Viagra (citrato de sildenafila), por exemplo.
“Confirmamos o efeito e depositei a patente nos Estados Unidos, Europa, Japão e no Brasil, depois de várias análises técnicas deram o título de propriedade da patente, considerada de extrema inovação”, afirma o farmacêutico Márcio Luís Andrade e Silva, um dos envolvidos no estudo.
A pimenta em que a molécula foi encontrada é utilizada normalmente na Ásia como condimento ou para fins medicinais. Entretanto, não há informações sobre o potencial afrodisíaco das sementes. “Não adianta comer, a substância precisa estar isolada para surtir efeito”, ressalta o pesquisador.

'Bomba verde'
Para Silva, a descoberta é importante para a indústria farmacêutica. “É uma bomba dentro do tratamento verde da disfunção erétil.” Depois do registro da patente, os pesquisadores trabalham em testes complementares e aguardam outros estudos para ser liberada para o mercado. Segundo o estudioso, pelo menos uma empresa brasileira já demonstrou interesse em licenciar a substância, que pode chegar ao mercado em até quatro anos, depois de testes em humanos.
farmacêutico Márcio Luís Andrade e Silva (Foto: Divulgação/Unifran)Farmacêutico Márcio Luís Andrade e Silva
(Foto: Divulgação/Unifran)
Por ser natural, os pesquisadores afirmam que o medicamento pode ser mais saudável que os similares existentes no mercado, como o Viagra e o Cialis (tadalafil). “É difícil encontrar uma molécula natural nesses medicamentos, são sintéticos e usam moléculas de nitrogênio, que potencializam problemas cardíacos, por exemplo”, explica o farmacêutico.

Entre as vantagens do ‘viagra verde’ estariam a diminuição dos efeitos parelelos comuns aos remédios contra a disfunção erétil. “Se confirmarmos os testes, não teremos efeitos colaterais como ataque cardíaco, vermelidão, irritabilidade, boca seca, hiperatividade e outras mudanças comportamentais”, afirma Silva.


fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2014/10/pesquisadores-de-sp-desenvolvem-viagra-verde-com-pimenta-asiatica.html

Diferenças genéticas individuais podem afetar sobrevivência ao ebola


Genes estão envolvidos na resposta imunológica a infecções.
Roedores com diferentes variações genéticas têm respostas diferentes.

Da Reuters
Angela Rasmussen e Michael Katze no laboratório de microbiologia da Universidade de Washington (Foto: Brian Donohue/Divulgação)Angela Rasmussen e Michael Katze no laboratório de microbiologia da Universidade de Washington (Foto: Brian Donohue/Divulgação)
Há anos os cientistas vêm se perguntando por que algumas pessoas sobrevivem ao ebola enquanto outras perecem. Um novo estudo oferece provas contundentes de que diferenças genéticas individuais podem ter um papel crucial nas variações na mortandade da doença.
Pesquisadores da Universidade de Washington relataram suas descobertas nesta quinta-feira (30) na revista científica "Science".
Infográfico sobre ebola, V6 (Foto: Infográfico/G1)
Eles compararam camundongos de laboratório convencionais, que normalmente só morrem quando são infectados pela versão do ebola para sua espécie, com camundongos geneticamente diferentes que desenvolveram uma ampla variedade de sintomas de maneira muito semelhante àquela vista em pessoas infectadas com o vírus.
Os roedores usados no estudo foram gerados a partir de oito linhagens diferentes do animal e criados de modo a representar a diversidade genética humana.
Os sintomas nestes roedores modificados variaram da ligeira perda de peso à febre hemorrágica plena, incluindo hemorragias, baço inchado e mudanças na cor e na textura do fígado.
“Infectamos estes camundongos com uma cepa do vírus do ebola para camundongos”, disse Angela Rasmussen, microbióloga da Universidade de Washington que ajudou a liderar o estudo.
"Em camundongos de laboratório tradicionais, esta cepa do ebola mata os animais, mas não produz nenhuma doença hemorrágica”, explicou.
Os pesquisadores acreditam que os resultados podem auxiliar a esclarecer algumas dúvidas sobre o surto da doença que assola Libéria, Serra Leoa e Guiné e que já matou cerca de 5 mil pessoas.
Um grande ponto de interrogação é se os sobreviventes do ebola tiveram alguma exposição viral anterior que permite aos seus sistemas imunológicos combater a infecção ou se existe algo geneticamente único nestes sobreviventes que os torna resistentes.
O estudo com os roedores não consegue elucidar a questão da imunidade prévia, mas reforça a ideia de que o código genético dos indivíduos desempenha um papel na sobrevivência ao ebola. “Com certeza existe um componente genético”, afirmou Rasmussen.
A pesquisa mostra que os genes dominantes influenciam como as células se tornam infectadas e quanto o vírus se divide, disse o professor Andrew Easton, virologista da Universidade de Warwick, que não participou do estudo.
“A maioria destes genes está envolvida nos estágios primordiais de nossa resposta imunológica a infecções”, algo que também foi visto com outros vírus, declarou ele em um comunicado.
O coautor do estudo e também pesquisador da Universidade de Washington, Michael Katze, disse esperar que a pesquisa acalmar o debate sobre o papel da genética no progresso da doença.
“Estes camundongos foram infectados exatamente com a mesma dose, exatamente pelo mesmo método e exatamente pelo mesmo investigador. A única coisa diferente foi o histórico genético”, afirmou.
Um fator que dificultou a pesquisa com o ebola foi a falta de um roedor que sirva de modelo para estudar a doença. Rasmussen espera que daqui por diante seu trabalho torne mais fácil para os cientistas estudar drogas e vacinas que combatam o ebola.
A maioria desses estudos é feita em macacos, mas eles podem ser difíceis de se trabalhar.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2014/10/diferencas-geneticas-individuais-podem-afetar-sobrevivencia-ao-ebola.html

Equipe de cientista brasileiro testa técnica contra Parkinson em macacos


Estudo testou a estimulação elétrica da medula espinhal em saguis.
Técnica é alternativa a estimulação cerebral profunda, mais invasiva.

Do G1, em São Paulo
Homem com mal de Parkinson (Foto: Reprodução/TV Globo)Técnica busca tratar Parkinson com estimulação
elétrica na medula espinhal, método que foi testado
em primatas (Foto: Reprodução/TV Globo)
A equipe do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis divulgou novos avanços na pesquisa que busca um método para tratar Parkinson por meio da estimulação elétrica da medula espinhal. Desta vez, a técnica foi testada em primatas, mais especificamente em saguis-de-tufos-brancos (Callithriz jacchus).
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica "Neuron". A pesquisa envolveu pesquisadores do Insituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade de Lund, na Suécia, e da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
Estudos anteriores já tinham mostrado a eficácia do método em roedores e até em humanos. Segundo os pesquisadores, a técnica já foi testada em mais de 50 pacientes. Apesar dos resultados positivos, ainda não se sabia exatamete quais eram as mudanças neurofisiológicas associadas à melhora dos sintomas, nem como essas mudanças poderiam ser melhor induzidas pelo tratamento.
Foi isso que os pesquisadores buscaram observar aplicando a técnica em saguis. Antes de passarem pelos testes, os animais sofreram lesões que simulam os efeitos do Parkinson. Em seguida, tiveram microeletrodos implantados no cérebro e eletrodos para estimulação implantados na medula espinhal.
Depois dos estímulos elétricos, foi observada uma "clara melhora clínica" nos animais, especialmente na parte motora. Análises mostraram que essa melhora estava associada a uma correção dos padrões da atividade elétrica neural, que aparecem oscilando de forma patológica no animal com sintomas de Parkinson.
Segundo os pesquisadores, trata-se de um efeito semelhante ao observado com o uso do remédio levodopa (L-Dopa), usado no tratamento inicial da doença de Parkinson. “Esses estudos em primatas vão nos permitir selecionar parâmetros de estimulação que podem gerar os melhores resultados possíveis em pacientes parkinsonianos”, afirmou um dos autores do estudo, Romuno Fuentes, em nota divulgada pelo IINN-ELS.
A técnica de estimulação elétrica da medula espinhal é uma alternativa à estimulação cerebral profunda. Nessa terapia, que já é aplicada no Brasil há vários anos em pacientes com Parkinson, uma região específica do cérebro passa a receber estímulos elétricos a partir de um “marca-passo” cerebral. Esse estímulo diminui alguns dos sintomas da doença, levando o paciente a ter maior controle sobre seus movimentos, por exemplo.
A desvantagem da técnica é que ela envolve uma cirurgia muito invasiva. A estimulação elétrica da medula espinhal seria, portanto, uma alternativa menos invasiva.
fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/10/equipe-de-cientista-brasileiro-testa-tecnica-contra-parkinson-em-macacos.html

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Substância encontrada no cacau pode conter deterioração cognitiva


Voluntários que ingeriram flavonóides presentaram melhor memorização.
Deterioração da memória começa na vida adulta, mas não antes dos 50 anos.

Da France Presse
Produção de cacau em lote de agricultor familiar (Foto: Divulgação/ ADLIS)Segundo cientistas, substância encontrada no cacau pode controlar a deterioração cognitiva relacionada à idade (Foto: Divulgação/ ADLIS)
Um regime rico em flavonóis, subgrupo dos flavonoides, substâncias naturais encontradas no cacau e em outros frutos, pode controlar a deterioração cognitiva relacionada com a idade - afirmam cientistas.
O processo de envelhecimento costuma ser acompanhado por uma dificuldade maior de aprender, ou de lembrar de alguns nomes, ou lugares. A deterioração gradativa da memória começa na idade adulta, mas não é percebida antes dos 50, ou 60 anos.
Para estudar o impacto dos flavonóis do cacau, cientistas da Universidade de Columbia (EUA) submeteram a testes 37 voluntários com idades entre os 50 e os 69 anos. Esses voluntários foram distribuídos em dois grupos que, durante três meses, ingeriram diariamente bebidas com altas doses de flavonóis - uma delas, contendo 900 mg, e a outra, com uma dose baixa da substância, de 10 mg.
As bebidas foram preparadas por um fabricante americano de chocolates, que desenvolveu uma técnica para extrair os flavonóis do cacau e que financiou parcialmente a pesquisa. Ao final do teste, os cérebros dos voluntários foram observados com técnicas de imagem cerebral, que permitiram mostrar o aumento sensível do volume sanguíneo de uma região conhecida como giro dentado do hipocampo nos voluntários do primeiro grupo.
O giro dentado desempenha um papel na memória, mas os resultados diminuem com a idade. Os voluntários do primeiro grupo apresentaram melhores aptidões de memorização do que os do segundo, em um exercício de reconhecimento de formas com 20 minutos de duração.
"Depois de três meses, um participante, que tinha a memória de um sexagenário no começo do estudo, apresentou desempenho típico de alguém com 30, ou 40 anos", afirmou Scott Small, principal autor do estudo, publicado na edição deste domingo da revista "Nature Neuroscience".
Mais chocolate significa mais inteligência?
O pesquisador destacou, porém, que os resultados preliminares terão de ser confirmados por novos estudos, com um número maior de pessoas. Ele também advertiu que não foi possível concluir a necessidade de se ingerir mais chocolate, pois a "quantidade de flavonóis encontrada no chocolate é minúscula em comparação com a consumida" pelos voluntários do estudo.
Os flavonóis também podem ser encontrados no chá, nas uvas e em muitos outros frutos e legumes e poderiam, segundo outros estudos, ser benéficos também para o coração.
Uma outra pesquisa, feita por cientistas australianos, com o apoio de outro fabricante de chocolate, já teria demonstrado, em 2012, que os flavonóis do cacau poderiam aumentar a capacidade do cérebro.

fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/10/substancia-encontrada-no-cacau-pode-conter-deterioracao-cognitiva.html

Sobreviventes de ebola ignoram estigma e combatem doença na África


Professora que se curou trabalha agora para os Médicos Sem Fronteiras.
Sobreviventes são isolados em sociedades temerosas com a doença.

Da Reuters
A embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, se reúne com os sobreviventes do ebola Fanta Oulen Camara e Oulare Bakary em Conacri, na Guiné, neste domingo (26). Fanta se juntou aos Médicos Sem Fronteiras após ser curada da doença (Foto: Michelle Nichols/Reuters)A embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, se reúne com os sobreviventes do ebola Fanta Oulen Camara e Oulare Bakary em Conacri, na Guiné, neste domingo (26). Fanta se juntou aos Médicos Sem Fronteiras após ser curada da doença (Foto: Michelle Nichols/Reuters)
A professora de ensino médio Fanta Oulen Camara passou duas semanas em março lutando por sua vida contra o vírus ebola, mas os dias mais difíceis vieram quando ela se curou da doença e voltou para casa, em Guiné. 
“A maioria dos meus amigos parou de me visitar. Eles não falam comigo, eles me evitam”, disse a professora, de 24 anos. “Eu não tinha mais permissão para dar aula."
O pior surto de ebola já registrado matou 5.000 pessoas no oeste da África, principalmente na Guiné e nas vizinhas Libéria e Serra Leoa. Mas outros milhares sobreviveram, e agora sofrem com o isolamento em sociedades temerosas com a doença.
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Infográfico sobre ebola, V6 (Foto: Infográfico/G1)
Frente a tal estigmatização, sobreviventes do ebola como Fanta estão se filiando a uma associação em Guiné que dá assistência a um crescente número de pessoas que se recuperam e busca maneiras para que elas ajudem a combater a doença.
Acredita-se que sobreviventes tenham imunidade ao ebola graças a anticorpos em seu sangue, o que os torna uma arma poderosa na luta contra o vírus.
A falta de trabalhadores de saúde significa que os frágeis governos do oeste da África estão perdendo a batalha para conter o ebola, apesar das promessas internacionais de milhões de dólares em ajuda.
O vírus se propaga por fluídos corporais das vítimas, que sangram, vomitam e sofrem de diarréia no estágio final. Para lidar com pacientes nesse estágio, é necessário utilizar equipamento protetor para evitar contágio - mas os sobreviventes não precisam passar por isso.
Fanta, que perdeu seis membros de sua família para o ebola, trabalha com a ONG Médicos Sem Fronteiras em uma clínica na capital de Guiné, Conacri.
“Compartilhamos nossa própria experiência com essas pessoas, explicando que estávamos doentes, mas agora fomos curadas”, disse Camara. “Damos esperança a eles."
Na Libéria e em Serra Leoa, sobreviventes também estão se voluntariando para trabalhar em unidades de tratamento para o ebola, para cuidar de crianças órfãs por causa da doença e para fornecer conselhos às vítimas, em uma tentativa de combater o tabu que cerca a doença.
Há esperança, inclusive, de que o sangue dos sobreviventes também possa ser utilizado como soro para tratar a doença. Na Libéria, há planos para armazenar o sangue de sobreviventes e a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o tratamento pode começar já em dezembro. 
Para o médico Oulare Bakary, que criou a associação dos sobreviventes três meses após ele mesmo ter vencido o ebola, pessoas que se recuperam têm um papel a desempenhar na desmistificação de um vírus que causou, até mesmo, episódios de violência.
“Todo mundo tem enfrentado estigma e rejeição”, disse ele. “Precisávamos enviar uma mensagem para as pessoas sobre a epidemia e também sobre a possibilidade de cura."

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2014/10/sobreviventes-de-ebola-ignoram-estigma-e-combatem-doenca-na-africa.html
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