Academia Equilíbrio

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Envelhecimento prejudica tomada de decisões racionais, diz estudo


Cientistas da Austrália e dos EUA analisaram 135 pessoas de 12 a 90 anos.
Riqueza, saúde e política são as áreas mais afetadas por escolhas ruins.

Do G1, em São Paulo
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Tanto adolescentes quanto idosos são mais alheios aos riscos (Foto: Raphael Buchler/Image Source/Arquivo AFP)Tanto adolescentes quanto idosos são mais alheios
a eventuais riscos que podem decorrer de decisões
(Foto: Raphael Buchler/Image Source/Arquivo AFP)
O processo de envelhecimento afeta, entre outras funções cerebrais, a capacidade que uma pessoa tem de fazer escolhas racionais, aponta um novo estudo coordenado pela Universidade de Sydney, na Austrália, em parceria com as universidades Yale e de Nova York, nos EUA.
Os resultados foram publicados na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS) desta segunda-feira (30).
A cientista Agnieszka Tymula e seus colegas examinaram diferenças na tomada de decisões em 135 indivíduos entre 12 e 90 anos, com foco na racionalidade, na consistência das escolhas e nas preferências de cada um diante de riscos conhecidos e desconhecidos, envolvendo perda ou ganho de dinheiro.
Segundo os autores, adultos com 65 anos ou mais – mesmo saudáveis – tomaram decisões "surpreendentemente inconsistentes" em comparação com os voluntários mais jovens, o que revela uma perda nessa habilidade cognitiva de forma semelhante a outros declínios funcionais relacionados à idade avançada.
Ao observar como os idosos avaliam os riscos na hora de fazer escolhas, os pesquisadores identificaram um comportamento semelhante ao dos adolescentes. Isso significa que, ao longo da vida, parece haver uma curva em forma de U invertido que guia as pessoas: os riscos são ignorados no início, depois levados em conta na meia-idade, até voltarem ao primeiro estágio.
Essas decisões pouco racionais podem envolver desde temas ligados à riqueza (idosos assumem empréstimos com taxas de juros mais altas ou subestimam o valor de seus imóveis), até à saúde (falham ao escolher planos de saúde adequados) e à política (são mais propensos a cometer erros em votações).
No entanto, os cientistas destacam que a população acima dos 65 anos continua crescendo em todo o mundo, mesmo com a saúde e a qualidade de vida prejudicadas. Cerca de 13% dos idosos com mais de 71 anos sofrem de algum tipo de demência e 22% apresentam um declínio cognitivo grave, segundo os autores.

Saiba os benefícios do hipoclorito de sódio, vaselina, ameixa e camomila


Produtos são baratos e fáceis de serem incorporados à rotina das pessoas.
Bem Estar desta segunda (30) explicou como usá-los e suas vantagens.

Do G1, em São Paulo
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O hipoclorito de sódio, a vaselina, a ameixa e a camomila são produtos baratos, importantes para a saúde e muito fáceis de serem incorporados à rotina das pessoas.
No Bem Estar desta segunda-feira (30), a dermatologista Márcia Purceli e o infectologista Caio Rosenthal explicaram as vantagens e os benefícios desses produtos e deram dicas de como usá-los no dia a dia. Confira abaixo:
Hipoclorito de sódio
O hipoclorito de sódio é um potente desinfetante para higienizar alimentos e deixar a água potável e livre de vírus e bactérias, que podem causar doenças como leptospirose e hepatite A, como explicou o infectologista Caio Rosenthal. O produto custa em torno de R$ 9, como alertou o médico, mas em alguns lugares é vendido com o lacre rompido ou de marcas desconhecidas, o que pode oferecer riscos à saúde.
Para higienizar alimentos crus, como frutas, folhas, verduras e legumes, a dica é deixá-los de molhos por 30 minutos em 1 litro de água com 2 gotas do hipoclorito de sódio.
No caso da água, especialmente em locais desconhecidos ou com problemas de saneamento, é preciso fervê-la ou adicionar 2 gotas do produto com 1 litro de água 30 minutos antes de bebê-la ou usá-la na cozinha. É preciso ainda deixar o recipiente tampado para que o produto possa agir e deixar a água adequada para o consumo. A dermatologista Márcia Purceli alerta ainda que, ao utilizar o hipoclorito, é importante usar luvas nas mãos para evitar alergias de pele.
USOS DA VASELINA
- Aplique em pequenas queimaduras e machucados para acelerar a cicatrização
- Aplique no nariz e lábios para diminuir o ressecamento no frio
- Use para lubrificar a pele após fazer uma tatuagem
- Passe nos pés e evite bolhas causadas pelos sapatos
- Aplique nos pés, braços e coxas para ajudar a evitar bolhas e escoriações durante a corrida
- Use nos cotovelos e joelhos, que são as partes mais secas do corpo
Vaselina
Com o valor entre R$ 5 e R$ 12, a vaselina auxilia na recuperação da hidratação da pele em machucados pequenos por causa de sua consistência gelatinosa.
Segundo a dermatologista Márcia Purceli, o produto é um lubrificante potente já que cria uma barreira na pele, impedindo que a água saia, especialmente nas regiões mais secas, como joelhos e cotovelos.
Confira ao lado alguns usos recomendados da vaselina.
Ameixa
A ameixa custa de R$ 5 a R$ 12 e é uma boa fonte de fibras, celulose e pectina como laxante natural, principalmente a ameixa seca, que possui também a substância isatina. Além disso, é rica em antocianinas, que protegem o coração, e tem boas quantidades de vitamina C, potássio e vitaminas do complexo B.
Na hora de comprar, a dica é procurar frutos bem cheios, lustrosos e com a polpa que ceda um pouco se pressionados com os dedos. De acordo com os médicos, fazer um chá com ameixa e erva doce, por exemplo, pode ajudar muito no funcionamento do intestino e pode ser uma boa opção de lanche entre as refeições.
Combinada com banana, a ameixa pode ser ainda uma excelente alternativa para driblar a vontade de comer doce – uma dica é assar a banana por alguns minutos, colocar canela e depois adicionar pedaços pequenos de ameixa preta.
Camomila
A camomila custa apenas R$ 5 (20 gramas) e é reconhecida como terapêutica e usada como chá calmante por causa de seu poder anti-inflamatório.
Além do poder sedativo, que também ajuda a dormir, a camomila pode ser usada em forma de compressas para acalmar a pele depois de processos irritativos, como a depilação. Ela atua na pele e diminui a vermelhidão e o incômodo, como explicou a dermatologista Márcia Purceli.
Fora isso, a médica explicou que o chá de camomila frio pode ser usado em forma de compressas para reduzir olheiras e aliviar queimaduras de 1º grau. Beber esse chá também pode trazer benefícios, especialmente para quem tem dificuldades para dormir, já que ele funciona ainda como calmante.
Para os cabelos, a camomila pode ajudar a clarear – usada uma única vez, realça o brilho natural dos fios; usada constantemente, toda vez que a pessoa lava a cabeça, ela consegue clarear os fios com o tempo. De acordo com a dermatologista, quem lava o cabelo de duas a três vezes por semana já começa a notar um resultado em um ou dois meses, principalmente se for no verão.
A receita para quem quer deixa os fios mais claros é esquentar 300 ml de água e adicionar 2 sacos de chá de camomila.
Depois de misturar e o líquido começar a ficar escuro, é preciso tirar os sacos de chá, conferir se a água está em uma temperatura agradável e aplicar no cabelo. A orientação é colocar a camomila depois da lavagem com shampoo e condicionador.


Estudo encontra ligação entre casamento feliz e boa saúde


Levantamento de 20 anos encontrou relação direta, embora não tenha descoberto como exatamente uma coisa influencia a outra.

Da BBC
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Casamento  (Foto: BBC)Estudo analisou 1.681 pessoas que ficaram 20
anos casadas com a mesma pessoa (Foto: BBC)
Um estudo que ouviu centenas de pessoas casadas durante 20 anos nos Estados Unidos revelou que existe uma ligação entre uma boa saúde e um casamento feliz.
O levantamento, feito por cientistas de universidades americanas, analisou informações fornecidas por 1.681 pessoas que permaneceram casadas com o mesmo parceiro entre 1980 e 2000. Os participantes foram divididos em dois grupos: um de casais que tinham entre 18 e 39 anos, e outro de casais entre 40 e 55 anos.
Por seis vezes durante esse período, os participantes responderam a perguntas que procuravam medir a felicidade deles no casamento e a existência de problemas conjugais. Os entrevistados também foram convidados a classificar sua saúde como "excelente", "boa", "regular" ou "ruim".
A conclusão da pesquisa foi que há uma relação direta entre a felicidade dos casais e uma boa saúde, independentemente da idade dos cônjuges, embora os cientistas não tenham chegado a uma conclusão sobre qual desses fatores – a saúde ou felicidade – desencadeou o outro.
Na saúde ou na tristeza
"O casamento se mantém estável se estamos mal de saúde? O que descobrimos foi que existe uma relação entre a saúde e a felicidade nos dois grupos. Se eles estão bem de saúde, há mais felicidade", disse Cody Hollist, da Universidade de Nebraska, coautor da pesquisa.
Os pesquisadores concluíram também que os casais que planejavam programas juntos, como jantares e cinemas, tinham em média, além de relacionamentos mais fortes, uma saúde melhor.
Mas Hollist ressaltou que ainda não é claro como, exatamente, uma coisa influencia a outra.
"Não há como saber se bons casamentos levam a uma boa saúde ou se casamentos ruins fazem você ficar doente", disse o cientista.
Circunstâncias estressantes
Os cientistas também encontraram sinais de que curar doenças existentes parecia amenizar os problemas conjugais.
Uma descoberta que surpreendeu os pesquisadores, liderados por Richard Miller, da Universidade Brigham Young, em Utah, foi que aqueles que sobreviveram ao que, no início do estudo, pareciam ser casamentos problemáticos, mostraram uma melhor saúde ao longo do tempo.
"Circunstâncias estressantes podem despertar algo em algumas pessoas, que as fazem procurar por caminhos mais saudáveis e adaptativos de comportamento ao longo do tempo", disse Hollist.
Esta não foi a primeira vez que pesquisadores encontraram uma relação entre romance e saúde. Em janeiro, um estudo publicado pela Universidade de Medicina de Viena constatou que beijos e abraços podem melhorar a saúde.
A atual pesquisa foi divulgada na publicação científica "Journal of Marriage and Family".

Pesquisa diz que 66% dos brasileiros usam camisinha na primeira vez


Entre 37 países, Brasil tem maior índice na 1ª experiência sexual.
Levantamento internacional ouviu 30 mil pessoas ao redor do mundo.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
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Idosos dizem que lubrificante ajuda a reduzir incômodo da artrite, mas isso não tem comprovação (Foto: Sxc.hu/Paul Preacher)Pesquisa ouviu 30 mil pessoas em 37 países
(Foto: Sxc.hu/Paul Preacher)
Os brasileiros são os que mais usam preservativo na primeira experiência sexual,  de acordo com a pesquisa “Durex Global Face of Sex”, que ouviu mais de 30 mil pessoas de 37 países. O levantamento diz que 66% dos brasileiros afirmam terem usado camisinha na primeira vez. Esse foi o índice mais alto de proteção encontrado nos países envolvidos no estudo, que foi promovido pela fabricante de preservativos Durex.

Nos Estados Unidos, por exemplo, 39,6% dos entrevistados afirmaram terem usado camisinha na primeira vez.

"Comparativamente com outros povos, o brasileiro usa mais preservativo, mas o número está aquém do desejado”, diz a médica Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A pesquisa - cujos resultados foram comentados durante o 21º Congresso da Associação Mundial de Saúde Sexual, que aconteceu em Porto Alegre, na semana passada - concluiu também que, entre os que se protegem durante a primeira vez, existe uma chance três vezes maior de continuar usando camisinha ao longo da vida sexual.
Arte DST Bem Estar (Foto: Arte/G1)
Para o levantamento, foram entrevistados 1004 brasileiros de 18 a 64 anos, 54% dos quais eram homens e 46%, mulheres. “O fato de a pessoa já ter iniciado a vida sexual utilizando o preservativo significa que ela já foi alertada, devidamente orientada e que está ciente de que precisa se proteger”, diz Carmita.

Educação sexual
A pesquisa também apontou que a educação sexual tem um papel importante no estímulo ao uso de camisinha. Dados mostram que os participantes que nunca tiveram educação sexual apresentam uma probabilidade 47,1% menor de terem usado camisinha na primeira experiência sexual.

Segundo Carmita, o fato de o Brasil ter o maior índice de proteção na primeira vez coincide com o fato de o país iniciar a educação sexual mais cedo, entre os países abordados pela pesquisa. Enquanto o adolescente brasileiro de 13 anos já começa a ter educação sexual, em outros países, a média é que esse tipo de instrução se inicie aos 14 anos.

“Essa é uma coincidência interessante. Mas mesmo 13 anos não é uma idade tão favorável. No Brasil, quando se começa a educar, muitos já iniciaram a vida sexual sem ter a oportunidade de ter essa orientação.”, diz. Dos 37 países que participaram do estudo, o Brasil tem a menor média de idade de início da vida sexual: 17,3 anos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a média é de 18,4 anos.
Ainda que a educação sexual esteja estabelecida nos currículos escolares, na prática, esse ensino nem sempre é adequado, segundo a médica. “O professor se vê com uma tarefa muito difícil especialmente porque ele próprio não teve educação sexual e não teve preparo para a disciplina que deve ministrar. Falta tranquilidade para falar do assunto de forma direta, sem preconceito e podendo responder às perguntas com base no conhecimento”.

Os pais não se sentem confortáveis e nem totalmente informados para proporcionar uma educação sexual para os filhos. “Eles esperam que escola supra essa necessidade”, observa Carmita. De acordo com a pesquisa “Mosaico Brasil”, estudo coordenado por Carmita em 2008 sobre o comportamento sexual do brasileiro que entrevistou 8.200 pessoas, 40% dos brasileiros não praticam ou não consideram válida a educação sexual em família.

Menos DSTs
Quem usou camisinha na primeira vez teve ainda uma probabilidade “significantemente menor” de ter uma doença sexualmente transmissível ou uma gravidez não planejada ao longo da vida, de acordo com o levantamento internacional.

Uma primeira vez não planejada também diminui a chance do uso de preservativo: segundo o estudo, quem não planejou a experiência apresentou uma probabilidade 28,7% menor de ter recorrido à proteção.

O perfil do indivíduo com maior probabilidade de utilizar preservativo em sua primeira experiência sexual, segundo o estudo, é aquele vindo de uma família de renda média ou alta, que é estudante, que está em um relacionamento (mas não casado), que planejou a relação sexual e que recebeu educação sexual.

Apesar de o Brasil ter tido resultados positivos em relação a outros países, ainda há muito trabalho a ser feito, segundo Carmita. “O desejado é que todas as pessoas que estivessem fazendo sexo de forma múltipla ou de forma não exclusiva utilizassem preservativo em todas as relações”.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Transplantes têm redução de 6% no 1º semestre, informa ministério


Houve 12.342 transplantes no 1º semestre de 2012 e 11.569 no deste ano.
Ministro afirmou que atraso no registro para o Mais Médicos é 'inadmissível'.

Do G1, em Brasília
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Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participa de lançamento da campanha por doação de órgãos. (Foto: Luciana Amaral/G1)Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (primeiro à
esq.), participa de lançamento da campanha por
doação de órgãos. (Foto: Luciana Amaral/G1)
O número de transplantes de órgãos realizados no Brasil diminuiu 6% no primeiro semestre de 2013 comparado com o mesmo período de 2012, informou nesta quarta-feira (25) o Ministério da Saúde. Ao todo, foram realizados 11.569 procedimentos no primeiro semestre deste ano e 12.342 no ano passado. Os dados são relativos a 95% dos transplantes realizados no país, que ficam a cargo do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que apresentou o balanço, atribuiu a diminuição de 6% ao esforço para a redução da fila de pacientes à espera de transplantes.
"A queda de 6% no primeiro semestre foi porque nós aceleramos o número de transplantes e, com isso, diminuimos a fila em cinco estados que tinham a maior participação no transplante de córnea, que conta mais ou menos 60% dos transplantes realizados no país. Ou seja, por um lado, nós precisamos continuar zerando as filas de transplantes de córnea, manter esses cinco estados zerados. Tem outros estados com a perspectiva de zerar ainda este ano ou no ano que vem, estão reduzindo muito o prazo, e, combinado com isso, podemos manter essa elevação de transplantes de outros tipos de órgão, como aconteceu com coração, pulmão, como deve acontecer com o rim", declarou.
O transplante de córnea, considerado o mais simples pelo ministério, corresponde a 60% de todos os realizados pelo SUS. Distrito Federal, São Pauli, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul conseguiram zerar a fila de pacientes para esse tipo de transplante, segundo o ministério.
A fila de espera para transplantes de órgãos diminuiu nos últimos anos. De acordo com o ministério, em 2010 eram 59.728 pessoas que aguardavam a vez; agora, são 38.759.
A previsão é que, em 2013, o número de doadores para cada 1 milhão de pessoas seja de 13,5 (em 2012, foram 12,8 por milhão; em 2011, 11,6; e, em 2010, 9,9). A meta do ministério é chegar a 15 doadores por milhão em 2014.
Atualmente, segundo o ministério, há no país 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, 11 câmaras técnicas nacionais, 748 serviços distribuídos em 467 centros, 1047 equipes de transplantes e 71 organizações de procura por órgãos.
De acordo com o ministro, as principais metas do governo na área de transplantes é aumentar o número de doadores e  descentralizar o sistema. Segundo ele, as duas estão sendo atinigidas.Padilha deu como exemplo o aumento dos centros de transplante de coração pelo país. Em 2010, dos 18 centros, 13 se localizavam no estado de São Paulo. Neste ano, dos 26 centros credenciados, 15 são paulistas.
Para ser um doador, a pessoa deve informar a família. Segundo o ministério, a aceitação dos familiares em doar os órgãos de parentes mortos melhorou. Em 2003, as negativas eram de 80%. Em 2012, foram 45%.
Para o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), José Medina Pestana, os índices mostram que o Brasil tem um programa "modelo" na área de transplantes.
"O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes, tem um sistema muito bem estruturado, justo, que aloca o órgão doado ao primeiro da fila que tem a melhor compatibilidade. É um programa modelo que muitos países estão copiando", afirmou.
Segundo Pestana, não há como furar a fila, pois ela é coordenada nas centrais estaduais de saúde, que determina quem vai receber o órgão. Para a associação, a previsão é de aumento nas filas de espera para órgãos sólidos, como coração, rim, pulmão e fígado, nos próximos anos, ao contrário da espera para córneas.
"A expectativa da população cresce, as chances de se precisar de um transplante aumentam. Está diminuindo o número de pessoas que morrem de forma precoce. Só vai desaparecer a fila de transplantes em qualquer país do mundo quando nós conseguirmos fazer a partir de célula-tronco ou ainda conseguir utilizar o órgão de um doador não humano, como um porco", declarou.
Reforço
Durante o evento, Padilha assinou duas novas portarias de incentivo ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT). A primeira cria o Plano Nacional de Apoio às Centrais de Transplante, que visa estruturá-las melhor. Além do orçamento já dedicado atualmente, o governo pode investir de R$ 100 mil a R$ 200 mil a mais nas centrais, de acordo com a necessidade de cada uma.
A segunda portaria aumenta a cota para cadastros de doadores no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) a fim de possibilitar mais pessoas geneticamente compatíveis. Com a medida poderão ser feitos até 400 mil exames por ano, contra os 267 mil atuais. Para tanto, o governo vai gastar R$ 49,8 milhões.
Campanha
A Semana Nacional de Doação de Órgãos acontece de 23 a 29 de setembro e tem como slogan “Absurdo é enterrar algo muito mais valioso do que um Bentley: seus órgãos”. A frase relembra ação do empresário Chiquinho Scarpa para anunciar a campanha.
Na segunda-feira (16) o empresário, por meio de uma rede social, disse que enterraria seu carro preferido, um Bentley, no jardim de casa. O automóvel chega a custar R$ 1 milhão. Na sexta (20) pela manhã, dia do 'sepultamento', reuniu os jornalistas presentes e disse que não era "louco" de enterrar o carro de luxo, mas que há pessoas que enterram coisas muito mais valiosas, como órgãos, e apresentou o início da Campanha Nacional de Doação de Órgãos.
"Eu não sou louco: eu não vou enterrar minha Bentley. Eu fiz tudo isso para conscientizar as pessoas de um problema grave, que é a doação de órgãos no Brasil”, disse Scarpa.
"Eu fui julgado por querer enterrar uma Bentley, mas a verdade é que a grande maioria das pessoas enterra coisas muito mais valiosas que meu carro. Elas enterram corações, rins, fígados, pulmões, olhos. Isso sim que é um absurdo", concluiu.
Mais Médicos
O ministro Padilha informou, após a solenidade, que o ritmo de contratação de profissionais para o programa "Mais Médicos" está dentro do planejado. "Nós vamos fazer um grande esforço, mas vamos chegar lá. Nós vamos buscar cobrir toda meta demandada de médicos de todos os municípios brasileiros que se inscreveram no programa. [..] Até o final do primeiro semestre do ano que vem, concluir toda a meta demandada de médicos por municípios", afirmou.
Ele alertou que o governo não vai tolerar atrasos na entrega de registros para médicos formados no exterior. Mesmo com os documentos completos exigidos pelo programa aos profissionais, alguns conselhos têm se recusado a conceder o registro profissional. "Todas as medidas serão tomadas, inclusive judiciais, se necessário, para que os registros sejam entregues no prazo correto. Nós achamos inadmissível qualquer tipo de postergação neste tipo de registro".