Academia Equilíbrio

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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Veneno de vespa age contra perda de neurônios por Parkinson, diz estudo


Pesquisa foi feita em ratos com lesão cerebral semelhante ao Parkinson.
Ação neuroprotetora é de um fragmento de proteína do veneno.

Mariana LenharoDo G1, em Caxambu
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Pesquisadores usaram componente do veneno da vespa Parachartergus fraternus para tratar Parkinson em ratos (Foto: Márcia Renata Mortari/Divulgação)Pesquisadores usaram componente do veneno da vespa Parachartergus fraternus para tratar Parkinson em ratos (Foto: Márcia Renata Mortari/Divulgação)
Um componente do veneno da vespa mostrou-se eficaz em impedir a perda de neurônios provocada pela doença de Parkinson. O estudo, desenvolvido no Laboratório de Toxinologia da UnB, foi feito em ratos com uma lesão cerebral que simula o efeito do Parkinson. A pesquisa foi apresentada nesta sexta-feira (29) na XXIX Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Caxambu, Minas Gerais.
No Parkinson, ocorre a perda de neurônios em uma região cerebral específica chamada substância nigra, ou substância negra. Os neurônios dessa região são responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina, cuja falta resulta em perda progressiva do controle motor.
Um dos principais tratamentos disponíveis atualmente baseia-se na reposição da dopamina. Essa estratégia trata os sintomas, sem porém interferir na evolução natural da doença. Ou seja, os neurônios produtores de dopamina continuam morrendo. Há vários tratamentos potencialmente neuroprotetores em estudo, porém nenhum deles conseguiu impedir definitivamente a degeneração dos neurônios no paciente de Parkinson.
Diante dessa falta de alternativa, a pesquisadora e professora da UnB Márcia Renata Mortari – que trabalha com a busca de novos componentes de venenos de animais que possam servir de tratamento para doenças – resolveu testar se o veneno de vespa poderia ter alguma ação neuroprotetora para o Parkinson.
Primeiro, ela isolou os peptídeos presentes no veneno, ou seja, os fragmentos de proteínas que o compõem. Depois de purificar cada um dos peptídeos, ela passou a aplica-los em ratos com lesões cerebrais que simulam os efeitos do Parkinson. Márcia e sua equipe testaram quatro peptídeos sem sucesso, até que o quinto componente testado apresentou resultados promissores.
O peptídeo foi injetado uma hora após o início da lesão que simula o Parkinson. Os animais receberam uma dose por dia durante quatro dias. Testes comportamentais, que avaliaram o equilíbrio e as atividades motoras dos ratos, mostraram que os que foram tratados com o peptídeo não apresentaram os sinais típicos do Parkinson, diferentemente do que ocorreu com os animais que receberam placebo.
A pesquisadora e professora da UnB Márcia Renata Mortari resolveu testar se o veneno de vespa poderia ter alguma ação neuroprotetora para o Parkinson. (Foto: Priscilla Galante/Divulgação)A pesquisadora e professora da UnB Márcia Renata Mortari resolveu testar se o veneno de vespa poderia ter alguma ação neuroprotetora para o Parkinson. (Foto: Priscilla Galante/Divulgação)
Uma contagem dos neurônios produtores de dopamina feita nos dois grupos também mostrou que, entre os que receberam a substância retirada do veneno, houve uma preservação da quantidade de células nervosas, o que sugere que o novo peptídeo tem uma ação neuroprotetora em casos de Parkinson.
“Ele impediu a morte dos neurônios, mas não resgatou o neurônio que já estava em apoptose (morte celular)”, diz a pesquisadora. “O que eu penso é que ele pararia a degeneração em qualquer nível da doença, mas quanto antes começar, melhor. O objetivo do teste é que seja um composto para impedir a progressão da doença, mas não é capaz de reverter a doença já estabelecida.” Os resultados são iniciais e testes em humanos ainda devem demorar vários anos para ocorrer.
O novo peptídeo foi chamado de fraternina, pois foi extraído da vespa Parachartergus fraternus. Segundo Márcia, o estudo utilizou mil vespas retiradas de um mesmo ninho. O veneno de cada uma foi retirado manualmente.
Márcia observa que os venenos de animais têm sido uma fonte importante de pesquisa de novos tratamentos. “Durante todo o processo de evolução, os animais desenvolveram uma série de compostos bioativos em seus venenos com objetivo de paralisar as presas ou de se defender contra o predador. A natureza já tem funcionado como uma oferta de compostos neuroativos que a gente usa para tratamento de doenças.”

fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/08/veneno-de-vespa-age-contra-perda-de-neuronios-por-parkinson-diz-estudo.html

Estudo aponta que falta de ferro pode lesionar nervo óptico de bebês


Estudo avaliou efeitos de dieta deficiente em ferro em ratos recém-nascidos.
Nervo óptico dos animais tinha lesões que poderiam prejudicar acuidade visual.

Mariana LenharoDo G1, em Caxambu
Imagens mostram uma ampliação do corte transversal do nervo ótico dos filhotes saudáveis (A) e dos filhotes com deficiência em ferro (D); as setas apontam para lesões nas fibras óticas (Foto: Everton Horiquini Barbosa/Divulgação)Imagens mostram uma ampliação do corte transversal do nervo óptico dos filhotes saudáveis (A) e dos filhotes com deficiência em ferro (D); as setas apontam para lesões nas fibras óticas (Foto: Everton Horiquini Barbosa/Divulgação)
A deficiência de ferro pode provocar danos no nervo óptico de bebês, segundo estudo feito na USP de Ribeirão Preto. Os pesquisadores chegaram a esse resultado ao analisar os nervos ópticos de ratos que foram submetidos à privação de ferro logo após o nascimento.
Conduzido pelo pesquisador Everton Horiquini Barbosa, o estudo avaliou um grupo de 36 ratos recém-nascidos, divididos em dois grupos. No primeiro grupo, as mães foram submetidas a uma dieta deficiente em ferro. Dessa forma, os filhotes passaram a se alimentar de um leite também deficiente em ferro. O segundo grupo serviu como controle: as mães receberam ração comum.
Ao final de um período de até 32 dias de vida, os filhotes tiveram seus nervos ópticos observados. “A gente encontrou algumas alterações importantes na parte visual do cérebro do rato. O nervo óptico é formado por fibras nervosas e, no rato deficiente em ferro, elas estavam bem alteradas, bem lesadas. Isso pode ter alterado a acuidade visual do rato”, diz Barbosa.
Ele acrescenta que esses danos foram progressivos: o animal avaliado aos 32 dias de idade tinha mais lesões do que o avaliado aos 22 dias, por exemplo.
Barbosa explica que o desenvolvimento do cérebro do rato acontece predominantemente depois que ele nasce, diferentemente dos humanos, cujo cérebro se desenvolve dentro da barriga da mãe. Esses danos nos nervos ópticos observados pelo estudo ocorreram, portanto, durante a fase de desenvolvimento cerebral dos animais.
Esses resultados foram apresentados em um painel na XXIX Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimetnal (FeSBE), que acontece esta semana em Caxambu, Minas Gerais.
Para o pesquisador, os resultados também têm relevância para seres humanos. Ele lembra que a falta de ferro é a deficiência nutricional mais frequente no mundo e acomete justamente mulheres em idade gestacional e crianças. “Os resultados têm impacto epidemiológico porque abordamos justamente a fase em que também é encontrada deficiência de ferro em humanos".

fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/08/estudo-aponta-que-falta-de-ferro-pode-lesionar-nervo-otico-de-bebes.html

Japão detecta ao menos 22 casos de dengue transmitidos dentro do país


País não registrava nenhum caso de dengue havia 70 anos.
Pacientes têm em comum o fato de terem passado por parque de Tóquio.

Da AFP
Aedes Aegypti mosquito da dengue (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)Aedes aegypti é responsável por transmitir a dengue
(Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)
Ao menos 22 casos autóctones de dengue foram detectados nos últimos dias no Japão. Casos autóctones são aqueles transmitidos dentro do próprio país, ou seja, que não foram importados. Esses são os primeiros casos detectados nos últimos 70 anos, indicou nesta segunda-feira (1º) o governo.
O Ministério da Saúde do Japão informou que 19 novos casos foram confirmados desde a semana passada, quando três foram detectados.
Todas as pessoas infectadas ou sob suspeita têm em comum o fato de terem passado pelo parque Yoyogi, no coração de Tóquio, um lugar muito movimentado e no qual foram picadas por mosquitos, segundo informações das autoridades de saúde locais e da imprensa.
As autoridades ordenaram fumigar os locais com 800 litros de inseticida para tentar eliminar os mosquitos portadores do vírus.
Os últimos casos de infecção de dengue no Japão ocorreram em 1945. As autoridades acreditam que os infectados foram picados por um ou mais mosquitos que, por sua vez, picaram uma pessoa infectada proveniente do exterior. Embora os casos autóctones de dengue no Japão sejam raros, segundo o Ministério da Saúde do Japão são registrados 200 casos importados por ano.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/09/japao-detecta-ao-menos-22-casos-de-dengue-transmitidos-dentro-do-pais.html
Infográfico Dengue (Foto: Arte/G1)

Prestar atenção aos sinais que o corpo dá é fundamental para a saúde


Bem Estar desta segunda-feira (1) alertou para importância da observação.
Pinta com coceira ou tosse por mais de 15 dias são alguns sinais de alerta.

Do G1, em São Paulo
Você presta atenção no seu corpo e na sua saúde? Sabe, por exemplo, se está engordando ou se apareceu alguma pinta recentemente na pele? No Bem Estar desta segunda-feira (1), o endocrinologista Alfredo Halpern e a clínica geral Dulce Brito alertaram que prestar atenção aos sinais que o corpo dá é muito importante para a saúde.
No caso de uma pinta, por exemplo, a médica explica que a preocupação deve ser maior se ela estiver também com coceira. Se o sintoma for uma tosse, o risco de algo grave pode ser maior se ela já durar mais de 15 dias; quem tem dor nas costas, deve observar se ela piora rápido e, se for o caso, procurar um médico logo; em caso de boca seca, a clínica geral explica que o sinal de alerta principal é se ela vier seguida de tontura; já para quem percebe uma mudança de hábito intestinal ou perda de peso rápida e sem dieta, também deve buscar ajuda.
É importante prestar atenção nos sinais de alerta que o corpo dá, como os que a imagem mostra (Foto: Mariana Palma/G1)É importante prestar atenção nos sinais de alerta que o corpo dá, como os que a imagem mostra (Foto: Mariana Palma/G1)
Além da perda de peso, é importante também observar o contrário - muita gente costuma engordar sem perceber e só acaba se dando conta por causa de alguns sinais do dia a dia, como a roupa que não cabe, os comentários dos amigos, a falta de fôlego, fotos antigas ou suor excessivo, por exemplo. O endocrinologista Alfredo Halpern recomenda, no entanto, usar esses sinais como gatilhos para começar uma mudança de hábitos e reverter esse quadro.
No caso das mulheres, esse aumento de peso pode ser ainda mais comum - estudos mostram, por exemplo, que depois dos 30 anos, a mulher pode ganhar 4 kg a cada 10 anos, sem perceber. O endocrinologista explica que isso pode acontecer porque elas acabam engordando em épocas que não deveriam, como por exemplo, quando mudam de emprego ou estão estudando muito e se permitem um pouco mais. O ideal, segundo o médico, não só para mulheres, como também para os homens, é ganhar uns quilinhos apenas em momentos de exceção, como nas férias, no mês de aniversário ou no almoço de domingo, por exemplo, sem deixar que isso vire um hábito.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/09/prestar-atencao-aos-sinais-que-o-corpo-da-e-fundamental-para-saude.html

Planos devolvem R$ 184 milhões por pacientes atendidos no SUS


Valor é referente aos atendimentos realizados até julho de 2014.
No ano de 2013, o ressarcimento foi de R$ 183,2 milhões.

Cristiane CardosoDo G1, no Rio
As operadoras de plano de saúde devolveram ao Sistema Único de Saúde (SUS) R$ 184 milhões até julho de 2014, informaram o ministro Arthur Chioro e o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo, nesta segunda-feira (1º). O ressarcimento ocorre quando pacientes que têm plano utilizam os serviços públicos de saúde.
"Esse valor [R$ 184 milhões] corresponderia a 600 ambulâncias do tipo UTI do Samu, ou daria para construir 65 Upas (Unidades de Pronto Atendimento), 350 unidades básicas de saúde. Então, é um recurso que faz falta sim. Ele precisa ser priorizado para a população que depende do SUS. Esse dinheiro cai direto no Fundo Nacional de Saúde, portanto, compõe o orçamento do Ministério da Saúde", explicou o ministro.
O montante devolvido ao Ministério da Saúde até julho de 2014 já supera o ano todo de 2013, quando o ressarcimento foi de R$ 183,2 milhões.
A agência identifica todos os pacientes atendidos pelo SUS e cruza essas informações com o banco de dados de cadastro dos usuários de planos de saúde. Quando um paciente com plano é identificado, a ANS notifica a operadora sobre os recursos que devem ser devolvidos. Caso o pagamento não seja realizado, a operadora é inscrita na dívida ativa. Segundo a agência, até 2014 havia 462 operadoras ativas inscritas em dívida ativa, e o valor atualizado em cobrança judicial alcançou R$ 579,24 milhões. Somente em 2014, há em torno de R$ 104 milhões encaminhados à dívida ativa, segundo a ANS.
“No fechamento de julho de 2014, já atingimos tudo aquilo que atingimos no ano de 2013. Superamos o que foi arrecadado no ressarcimento. Foram R$ 184 milhões até julho”, declarou André Longo, em entrevista coletiva no Centro do Rio.  “Em sete meses, conseguimos produzir o mesmo volume de ressarcimento do que fizemos no ano passado, que já tinha sido recorde”, completou o ministro Chioro.
Ainda segundo o ministro, foram realizadas cerca de 200 mil internações no SUS para brasileiros que têm plano de saúde, mas que utilizaram o Sistema Único de Saúde ou tiveram recursos pagos pelo SUS.
“É um volume pequeno perto do volume de 11 milhões de internações [em todo sistema de saúde], mas elas geraram um gasto agora da ordem de R$ 184 milhões para o sistema público. A frequência de partos é a maior causa de internação. Então, não nos surpreende porque continua disparado”, declarou.
Expectativa de 350 milhões para 2014
De acordo com o ministro, a expectativa para o ano todo de 2014 é dobrar o volume alcançado até julho, atingindo de R$ 350 milhões a R$ 360 milhões em valor arrecadado.
“No mês de agosto devemos ter grande entrada de recursos por conta do refis da Copa que fez com que várias operadoras que tinham dívida ativa ou que tinham pendências com a Agência Nacional de Saúde Suplementar procurassem a agência para regularização”, declarou.
“A perspectiva que nós temos é de ultrapassar os 350 milhões de reais [em 2014], e a ANS passa a ser mais do que autossuficiente porque o custo de trabalhadores mais a manutenção está na faixa de 250 milhões”, afirmou o ministro Chioro. De acordo com ele, de 2001 a 2010 foram arrecadados de R$ 123,5 milhões.
O ministro afirmou que apesar do aumento do valor do ressarcimento, não houve crescimento no número de internações, mas um "aprimoramento no sistema". “Nós temos estoques de internações dos anos anteriores que conseguiram agora obter êxito no ressarcimento”, explicou.
De acordo com André Longo, no entanto, a ANS não consegue calcular se a população está utilizando mais o SUS por causa das internações ocorridas nos anos anteriores. "Apesar do volume estar crescendo, a gente tem que limpar esse passivo [dos anos anteriores] para saber se está usando mais", afirmou.
Mais médicos
Na ocasião, o ministro da saúde afirmou que não há mudanças previstas para o Programa Mais Médicos “nesse primeiro momento”, no que concerne o valor da bolsa oferecida, que é de dez mil e 400 reais. O programa completa um ano nesta terça-feira (2). No entanto, admitiu que “todo programa sempre precisa de aperfeiçoamentos”.
“Mudanças não estão previstas nesse primeiro momento. Quem acha que o programa o Mais Médicos é um paliativo ou que tem prazo de validade, mostra um profundo desconhecimento do que o Congresso Nacional aprovou em outubro do ano passado e que vem se constituindo numa política de saúde, num programa estratégico para garantir a 50 milhões de brasileiros acesso aquilo que a maioria dos brasileiros têm”, afirmou.
O ministro adiantou ainda que nesta quinta-feira (4) haverá a divulgação das cidades que terão confirmada a abertura do curso de medicina.
“Nós vamos ter coordenado pelo ministério da Educação a divulgação das cidades que vão ter confirmado a abertura do curso de medicina, porque isso faz parte do Mais Médicos. São 26 mil unidades básicas [no programa], 13 mil sendo conectadas com banda larga e abertura de novas faculdades e residência médica. Ao longo de todo o período de gestão do programa Mais Médicos, vão ser produzidos vários procedimentos normativos e vários aperfeiçoamentos”, concluiu.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/09/planos-devolvem-r-184-milhoes-por-pacientes-atendidos-no-sus.html

Estudo brasileiro liga composto presente no plástico a ganho de peso


Bisfenol A atrapalha ativação dos hormônios da tireoide, segundo pesquisa.
Falta de hormônios pode diminuir gasto energético do indivíduo.

Mariana LenharoDo G1, em Caxambu
Bisfenol A pode estar presente em garrafões de água mineral, além de outras embalagens e utensílios; também pode aparecer em revestimentos de embalagens metálicas de alimentos (Foto: Reprodução/TV Tem)Bisfenol pode estar presente em garrafões retornáveis de água mineral, além de outras embalagens e utensílios; também pode aparecer em revestimentos de embalagens metálicas de alimentos (Foto: Reprodução/TV Tem)
O bisfenol A, composto presente em alguns tipos de plástico, pode ter um impacto sobre os hormônios da tireoide, segundo um estudo desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentado nesta quinta-feira (28) na XXIX Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Caxambu, Minas Gerais. Os resultados sugerem que a ingestão da substância, presente em vários tipos de embalagem de alimentos e bebidas, pode levar ao ganho de peso.
A pesquisa conduzida pela pesquisadora Andrea Claudia Freitas Ferreira avaliou o efeito do bisfenol A, usado em plásticos que têm policarbonato em sua composição e em resinas epóxi, e dos ftalatos, usados para dar maleabilidade ao plástico.
Andrea explica que a glândula tireoide produz hormônios que atuam em todos os sistemas do organismo. Ela produz principalmente o hormônio T4, que tem 4 átomos de iodo. Mas o hormônio ativo é o T3, que tem 3 átomos de iodo. Enzimas chamadas desiodades são responsáveis por retirar um átomo de iodo do T4, transformando-o em T3, ativando dessa forma os hormônios tireoidianos.
A pesquisa avaliou o impacto dos compostos do plástico nas enzimas desiodases. “Os experimentos foram realizados in vitro, ou seja em um tubo de ensaio. Nós incubamos amostras de tecidos que têm desiodase com os compostos citados e medimos a atividade enzimática”, explica Andrea. O resultado foi que a presença do bisfenol A inibiu a atividade das desiodades. Ou seja: o composto atrapalhou a ativação dos hormônios da tireoide. Já os ftalatos não interferiram na atividade das enzimas.
Segundo Andrea, caso o mesmo resultado seja observado em estudos com animais, é possível concluir que a diminuição da ação dos hormônios da tireoide predisponha o indivíduo ao ganho de peso. “Esses hormônios são importantes estimuladores do gasto energético e o peso corporal é determinado pelo equilíbrio entre a quantidade de energia obtida na alimentação e a quantidade de energia gasta para manter o metabolismo corporal”, observa a pesquisadora.
Estudos anteriores já encontraram relações entre o nível de bisfenol A encontrado na urina dos indivíduos e a obesidade.
Melhor evitar
“Em relação ao consumo de alimentos e bebidas em embalagens plásticas, o ideal é que se minimize ao máximo, visto que componentes do plástico podem passar para os alimentos e bebidas, principalmente quando o recipiente é aquecido e resfriado”, diz Andrea, que orienta que o ideal é dar preferência a recipientes de vidro.
Uma outra preocupação que devemos ter, segundo ela, é em relação ao destino do lixo. “Muito material plástico é lançado no ambiente e acaba sendo ingerido por outros seres vivos. Como nós estamos no topo da cadeia alimentar, acabamos ingerindo esses compostos através da nossa alimentação.”
Por causa de estudos que levantaram dúvidas sobre a segurança do bisfenol A, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação e fabricação de mamadeiras que contenham a substância no Brasil. Para outras aplicações, porém, o bisfenol A ainda é permitido, segundo a agência. O que a legislação estabelece é um limite de transferência dessa substância para o alimento, valor definido com base em estudos toxicológicos.

fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/09/estudo-brasileiro-liga-composto-presente-no-plastico-ganho-de-peso.html