Academia Equilíbrio

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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Série 'HospitaLar' mostra pessoas que transformaram o hospital em casa


Conheça a história emocionante da Amanda.
Cuidados paliativos melhoram a qualidade de vida do paciente.

Do G1, em São Paulo
Começou nesta quinta-feira (22) no Bem Estar a série ‘Hospitalar’. São histórias emocionantes, de pessoas que não tem opção a não ser viver no hospital, transformar o hospital em lar. No primeiro episódio da série convidamos a consultora e pediatra Ana Escobarx e a diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público de SP Goretti Maciel para falar dos cuidados paliativos.
Clique e veja como pesquisar uma instituição de cuidados paliativos ou procure o hospital/secretaria de Saúde do seu município e veja se há serviço de cuidados paliativos.
Os cuidados paliativos valem para qualquer doença que ameace a vida, seja no início ou no estágio mais avançado. Estudos comprovam que o atendimento paliativo pode, além de melhorar a qualidade de vida do paciente, aumentar o tempo de sobrevida dele.
Esses cuidados são feitos por uma equipe multidisciplinar: psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, assistente social. Podem ser realizados em qualquer nível de assistência à saúde, até em ambulatório e Unidade Básica de Saúde. Também existem hospitais especializados e as Hospedarias (melhores para os doentes que não tem família).
Para a família não é fácil deixar um parente em asilo ou em uma casa de cuidados paliativos, mas ela pode e deve estar presente. É o que acontece com a família de Gilberta Fatima Santos, de 52 anos, que tem câncer. Os desenhos feitos pelos netos decoram a cama. “Eu gosto daqui, gosto das pessoas, os médicos são legais, cuidam de mim.”
Casamento no hospital
A Amanda Oliveira Neves Gomes, de 32 anos, tinha dois sonhos: casar e ser mãe. Só que quase ao mesmo tempo, descobriu que estava grávida e que tinha um câncer. Ela não desistiu dos sonhos. “Na consulta pré-natal comecei a notar o crescimento de um nódulo no pescoço e o olho esquerdo estava muito inchado. Achei que era alergia, fiquei atenta, e o nódulo cresceu. Minha obstetra me encaminhou para investigar e descobri que era um câncer. Eu estava grávida de três meses.”
O tratamento contra o câncer podia prejudicar o bebê. Por isso, Amanda decidiu não fazer o tratamento mais eficaz até os sete meses de gravidez. Ela antecipou o parto para acelerar a quimioterapia e, no dia marcado, também realizou o sonho de casar. Ela fez uma surpresa para o marido e marcou o casamento às pressas no hospital.
Lorena nasceu prematura e ficou 51 dias na UTI para ganhar peso. Enquanto ela crescia, Amanda passava pela quimioterapia e radioterapia. Mas elas não ficaram sem se ver nem nos piores momentos. “Foi um trabalho maravilhoso que o hospital fez. Eu estava internada e debilitada por conta da quimio, parei de comer. O hospital transferiu a UTI para o meu leito e levou ela [a Lorena] até meu quarto. Nesse dia tudo melhorou”, conta.
Hoje a Lorena está com oito meses. “Ela tem me ajudado e me acompanhado no tratamento. O tratamento continua, a jornada é longa. Estou no final da fase de quimioterapia. A fase mais difícil já passou. É possível lutar mesmo diante de uma notícia difícil e delicada. Nunca deixe de acreditar, de ter fé. Porque a Lorena diz todo dia e toda noite para mim: acredite, confie”, completa Amanda.
O xodó do hospital
Lucas mora no hospital há 15 anos. Ele tem doença uma genética, que leva a paralisia progressiva dos músculos. A doença está controlada. "Como ele não consegue fazer a contração muscular, ele não consegue fazer a inspiração e expiração de uma maneira adequada. Ele precisa da ajuda do aparelho", explica a médica intensivo-pediátrica da Santa Casa Luciana Andrea Digieri Chicoto.
A doença não tem cura, mas para viver com mais qualidade, Lucas faz fisioterapia todos os dias. A força dele inspira e ele está sempre recebendo visitas. Até do craque Neymar. A vida toda na cama, na mesma posição, no mesmo quarto. Ele só não tem feridas pelo corpo porque é muito bem tratado.
Home care
Ana Maria tem 87 anos, mas mudou de rotina há quatro, depois de uma infecção intestinal grave. Foram dois meses no hospital. Apesar dos obstáculos, a família preferiu ter a mãe por perto. “Ela não precisa de procedimentos hospitalares, ela precisa de acompanhamento médico. O nosso objetivo é alongar ao máximo a vida dela, no canto dela”, explica a filha Ana Cristina Ferreira Leite.
Para isso, a casa onde ela passou a maior parte da vida precisa mudar. A equipe é formada pelas enfermeiras, que revezam os turnos para não deixar dona Ana sozinha. Tudo acontece em casa. Por isso, o método recebe o nome de ‘home care’.
Os cuidados de saúde são com a equipe. Todo o restante cabe à família. “Se houver a necessidade de um mingau, precisa ter alguém da família ou uma cozinheira, um cuidador”, fala a coordenadora do ‘Home Care’ Pryscila Kiehl.
Mas e quando a família não pode pagar pelo serviço particular? Essa é a realidade na maioria dos lares brasileiros. Uma alternativa é o serviço de acompanhamento médico domiciliar do SUS. Em São Paulo, 3.600 pacientes são atendidos por um programa público que leva o hospital para dentro de casa.
É o que aconteceu com o Miguel, que mora em um bairro da periferia na zona leste de São Paulo. Ele tem paralisia cerebral e só foi liberado da UTI para continuar o tratamento em casa quando tinha oito meses.
Cuidar dele não é fácil, mas Miguel conta com atendimento completo. “A equipe é constituída de um médico, enfermeira/o, quatro auxiliares de enfermagem e um profissional de nível superior que pode ser um assistente social ou fisioterapeuta”, explica o médico do Melhor em Casa Reynaldo Bonavigo.
A mãe de Miguel, Lucimeire Santos Belo, parou de trabalhar fora e faz o papel de cuidadora. O esforço tem recompensas. A receita? Amor e cuidado.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/10/serie-hospitalar-mostra-pessoas-que-transformaram-o-hospital-em-casa.html

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Menina russa surpreende médicos ao sobreviver com o coração fora do tórax


Campanha na internet arrecada fundos para tratamento de menina após ela se mudar para os EUA.

Da BBC
A doença de que padece Virsaviya, chamada Pentalogia de Cantrell, afeta a localização e desenvolvimento de alguns órgãos vitais.  (Foto:  Pentalogia de Cantrell )A doença de que padece Virsaviya, chamada Pentalogia de Cantrell, afeta a localização e desenvolvimento de alguns órgãos vitais. (Foto: Dari Borun)
Quando sua filha Virsaviya veio ao mundo, os médicos disseram a Dari Borun que a menina dificilmente sobreviveria.
A pequena nasceu com o coração fora da caixa torácica e os intestinos fora do abdômen.
"Além do coração e dos intestinos, ela não tinha parte dos músculos abdominais, não tinha diafragma e nem parte dos ossos do peito", disse à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) Dari Borun, em entrevista por telefone de sua casa na Flórida.
A criança tem uma rara doença conhecida como Pentalogia de Cantrell - que afeta 5,5 bebês a cada milhão de nascimentos -, em que os órgãos vitais se desenvolvem fora das partes correspondentes no corpo saudável.
A gravidade do transtorno varia de caso a caso.
"(Ela) Também nasceu com transposição das veias dos pulmões, o que quer dizer que essas veias são muito grandes e geram uma hipertensão coronária."
"Nos ultrassons e radiografias (as veias) parecem globos. E não deveria ser assim", explica Dari Borun.
"Quando tinha quatro meses, ela passou por uma cirurgia para consertar o problemas mas, infelizmente, não houve sucesso", acrescenta a mãe.
 Ainda que Virsaviyaseja muito otimista e leve uma vida normal, sua saúde é frágil  (Foto: Dari Borun)Ainda que Virsaviyaseja muito otimista e leve uma vida normal, sua saúde é frágil (Foto: Dari Borun)
É possível ver o coração de Virsaviya, que hoje tem 6 anos e meio, por fora do peitoral, coberto por uma fina camada de pele.
Como ele não tem proteção adequada, qualquer pequeno baque ou queda pode causa um dano significativo.
Uma gripe ou uma febre também podem produzir um estado de choque que requer atenção médica imediata.
Da Rússia aos EUA
Virsaviya e Dari são da cidade de Novorossiysk, no sudoeste da Rússia.
Chegaram a Boston, nos Estados Unidos, há cerca de nove meses. E depois foram para o sul da Flórida, onde pretendem morar de forma permanente.
"Viemos inicialmente para Boston porque os médicos russos disseram que não podiam operar Virsaviya por causa de sua hipertensão", diz Borun.
"Disseram que seria muito arriscado para ela e que a probabilidade de ela morrer seria de quase 100%", diz a mãe, de 26 anos.
"Eu havia mandado os exames e as fotos de Virsaviya a muitos médicos em vários países e só o Hospital Infantil de Boston aceitou vê-la."
Após quase duas semanas sob supervisão da equipe do hospital, a conclusão foi a mesma: o risco de operar Virsaviya é muito alto devido à alta pressão de sua artéria pulmonar.
Os médicos disseram à mãe que a menina poderia ter uma boa qualidade de vida se continuasse tomando a medicação e vivesse em um lugar quente.
Virsaviya teve que ser levada de emergência ao hospital há poucos dias porque entrou em choque após uma gripe  (Foto: Dari Borun)Virsaviya teve que ser levada de emergência ao hospital há poucos dias porque entrou em choque após uma gripe (Foto: Dari Borun)
'Uma vez em oito meses'
Nos cerca de oito meses em que estão vivendo na Flórida, o número de vezes em que ela teve que ir à emergência caiu de forma significativa.
"Na Rússia tínhamos que ir ao hospital mais frequentemente porque é muito frio, só há calor três meses no verão. Aqui só fomos uma vez em oito meses", disse Borun à BBC Mundo.
Ela se refere a um episódio recente, quando a menina teve de ir ao hospital após uma forte gripe.
"Estava em choque, tossindo muito e com problemas para respirar e eu fiquei muito assustada, por isso a levei ao hospital", conta a mãe.
"Eu sei que é muito caro. No Hospital Infantil Joe Dimaggiome disseram que vão me mandar a conta, que vai incluir três ou quatro exames que ela fez, mas ainda não sei quanto vou ter que pagar", disse ela, que ainda está tentando resolver sua situação migratória nos EUA.
"Infelizmente, nem Varsivaya nem eu temos seguro médico. Também não temos número de segurança social ou uma casa nossa, um endereço fixo. Por enquanto estamos morando com amigos."
Mas Borum conta que, recentemente, apresentou um pedido de asilo para poder permanecer na Flórida.
Menina feliz
 Virsaviya aproveita a vida como qualquer outra criança. Ela gosta de ir à piscina e à praia  (Foto: Dari Borun)Virsaviya aproveita a vida como qualquer outra criança. Ela gosta de ir à piscina e à praia (Foto: Dari Borun)
Apesar da frágil condição de sua saúde e das dificuldades pelas quais passa, Virsaviya parece aproveitar sua vida.
Ela gosta de pôneis, golfinhos, cantar e dançar - principalmente músicas de Beyoncé.
"É uma menina muito alegre, simpática, inteligente, talentosa e muito bonita", diz a mãe.
"Não parece que está doente: vai à escola, aula de artes, igreja, vê seus amigos, vai ao parque, à piscina, à praia. Faço tudo para que ela tenha uma vida normal."
"Ela tem orgulho de seu coração. Às vezes me pergunta por que ela não é como os outros, por que ninguém mais tem o coração assim. E não posso responder completamente essas perguntas, mas digo que Deus a fez especial e única", conta Borun.
"Eu sei porque tenho o coração do lado de fora. É porque Jesus quer demonstrar que pode fazer coisas especiais como eu", disse Virsaviya recentemente em uma entrevista ao canal Telemundo 51.
Campanha
Há uma semana, a campanha que Dari Borum lançou na internet para arrecadar dinheiro para os gastos médicos de Virsaniya havia recebido US$ 1.200 em doações. Depois que a história foi divulgada pela mídia e viralizou nas redes sociais, o montante superou US$ 39 mil.
A campanha se chama "Bathsheba's Heart", que significa "Coração de Betsabá", o nome equivalente a Virsaviyana na bíblia russa.
Com a popularidade, elas também aumentaram a meta de US$ 20 mil para US$ 100 mil.
A hashtag #Virsaviyawarrior (Virsaviyaguerreira, em português) também se tornou viral.
 Dari, mãe de Virsaviya, compartilha com frequência fotos do dia a dia das duas no Instagram  (Foto: Dari Borun)Dari, mãe de Virsaviya, compartilha com frequência fotos do dia a dia das duas no Instagram (Foto: Dari Borun)
Borun também compartilha com frequência fotos de sua filha e do dia a dia dela em sua conta no Instagram, @dariborun.
Ao fim da entrevista, perguntamos a Dari que expectativas tem para o futuro.
"Quero que Virsaviya possa viver em um clima permanente adequado à condição de seus rins e coração. Quero ter um lugar para a gente, quero ter um médico que a veja pelo menos a cada 6 meses, para cuidar da pressão, ter certeza de que ela está bem."
"Eu tinha 19 anos e estava com seis meses de gravidez quando o médico me disse que havia algo de errado com o bebê e que ele morreria ao nascer. Queriam que eu fizesse um aborto. Nesse momento chorei muito, não podia creditar", disse Borun à BBC Mundo.
"Não sinto vontade de voltar ao passado e tomar um decisão diferente da que tomei. Ela é feliz, eu sou feliz. Estamos juntas, uma e outra, como os anjos."

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/menina-russa-surpreende-medicos-ao-sobreviver-com-o-coracao-fora-do-torax.html

Convívio com cães 'reduz risco de asma em crianças'


Estudo com 650 mil crianças revela que cachorro de estimação pode reduzir risco em 15%

Michelle RobertsEditora de Saúde do site da BBC
 Possuir um cão no primeiro ano de vida diminui risco de crianças terem asma, segundo pesquisadores suecos  (Foto: CDC/ James Gathany)Possuir um cão no primeiro ano de vida diminui risco de crianças terem asma, segundo pesquisadores suecos (Foto: CDC/ James Gathany)
Crianças pequenas que têm um cachorro de estimação em casa têm menor probabilidade de desenvolver asma, segundo um grande estudo sueco.
Ficar exposto a um cachorro no primeiro ano de vida está ligado a uma queda de 13% no risco de desenvolver asma durante a infância. A pesquisa reuniu dados de 650 mil crianças para chegar a essa conclusão.
O estudo foi divulgado na publicação médica JAMA Pediatrics. Ele se baseia na ideia de que animais de estimação podem ajudar o sistema imunológico e evitar alergias.
Porém ainda é necessário aprofundar a pesquisa, pois os estudos mais antigos que foram analisados mostram resultados conflitantes.
Além disso, comprar um cão para uma criança que é alérgica a cachorros não é uma boa ideia, segundo os pesquisadores.
O melhor amigo do homem?
Animais são uma causa comum de alergia. Metade das crianças que têm asma são alérgicas a gatos e 40% a cães, de acordo com a ONG Allergy UK.
Cães fortalecem sistema imunológico de crianças, diz estudo (Foto: Odilon Dimier/Altopress/AFP)Segundo pesquisadores, exposição melhora tolerância a agentes alergênicos (Foto: Odilon Dimier/Altopress/AFP)
Os animais se lambem para se limpar. Durante este processo, células da pele cobertas de saliva, caspa e pelos soltos são eliminadas. Algumas pessoas acabam desenvolvendo alergia a esta caspa animal.
Mas as descobertas desse último estudo sugerem que a exposição à caspa na infância pode ser benéfica.
Crianças que cresceram com um cão em casa tinham menos chance de ter asma aos sete anos do que crianças que não tiveram esse contato.
Viver em uma fazenda em contato com muitos animais parece dar ainda mais proteção, diminuindo o risco de asma em 50%.
 Manter os animais limpos é uma das dicas para evitar realção alérgica, segundo a Asthma UK  (Foto: CDC/ Dawn Arlotta)Manter os animais limpos é uma das dicas para evitar realção alérgica, segundo a Asthma UK (Foto: CDC/ Dawn Arlotta)
"Nossos resultados confirmaram o 'efeito da fazenda' e também vimos que crianças que cresceram com cães tinham 15% menos asma que crianças sem cachorros", disse a cientista Tove Fall, da Universidade Uppsala, na Suécia.
Fall disse que esses resultados estão de acordo com a hipótese da higiene, segundo a qual a exposição à poeira e à sujeira melhora nossa tolerância a agentes alergênicos.
"Essas informações são importantes para pais que estão esperando um bebê ou planejam ter um. Eles não precisam se preocupar em ter um cão, se quiserem."
"Mas se você tem uma criança que já é alérgica, você não deve arranjar um cachorro para tentar curar seu filho. Isso não vai funcionar e provavelmente vai agravar a alergia".

Se você vive com animais, há algumas coisas que pode fazer para diminuir os riscos de uma reação alérgica, segundo a Asthma UK:
- Tente manter os animais fora de seu quarto e, quando possível, também das áreas de convívio
- Banhos regulares em gatos e cachorros podem ajudar
- Você pode tentar usar filtros de ar e um aspirador eficiente. Isso pode ser útil para pessoas com alergia a gatos, mas não há provas claras de que realmente traz benefícios
- Nenhuma raça de cães é à prova de alergias porque todos eles soltam caspa

"Alguns estudos falaram sobre o assunto, mas não um estudo longitudinal com tantas crianças. Desse ponto de vista, esse é um estudo poderoso. Ele é muito bem vindo", disse Amena Warner, da Allergy UK.
Mas a organização diz que é preciso fazer mais pesquisas na área para que isso realmente se transforme em conselhos práticos para pais de crianças pequenas.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/convivio-com-caes-reduz-risco-de-asma-em-criancas.html

Tratamento inédito reverte leucemia 'incurável' de bebê


Menina foi diagnostica com câncer agressivo e não respondia a tratamentos, mas pais permitiram submeter filha a tecnologia que só havia sido testada em camundongos.

James GallagherBBC
Terapia genética inédita conseguiu reverter o câncer de uma menina de Layla Richards, de 1 ano (Foto: Great Ormond Street Hospital/BBC)Terapia genética inédita conseguiu reverter o câncer de uma menina de Layla Richards, de 1 ano (Foto: Great Ormond Street Hospital/BBC)
Uma terapia genética inédita conseguiu reverter o câncer de uma menina de um ano, a primeira pessoa do mundo submetida ao tratamento, de acordo com médicos de um hospital em Londres.
Cinco meses atrás, a menina Layla Richards, de um ano, tinha um tipo de leucemia extremamente agressivo e classificado como incurável.
Mas médicos do Great Ormond Street usaram células imunológicas com DNA "editado" em laboratório para combater o câncer. Eles dizem que sua melhora foi "quase um milagre".
É muito cedo para saber se a menina está curada, mas seu progresso já representa um grande avanço no campo.
Layla tinha três meses de idade quando foi diagnosticada com a doença.
Ela passou por quimioterapia e transplante de medula, mas, como é comum em bebês muito novos, os tratamentos não tiveram efeito.
Fim da linha
Depois disso, os médicos disseram que não havia mais nada a fazer. Na véspera do aniversário de um ano da menina, sua família foi aconselhada a colocá-la sob cuidados paliativos.
Mas o pai de Layla, Ashleigh, não desistiu. "Preferia tentar algo novo e fiz essa aposta. E hoje ela está aqui rindo e feliz. Ela estava tão fraca antes desse tratamento, era horrível. Estamos gratos por esse momento."
Layla com sua mãe Lisa, o pai Ashleigh e a irmã Reya (Foto: Great Ormond Street Hospital/BBC)Layla com sua mãe Lisa, o pai Ashleigh e a irmã Reya (Foto: Great Ormond Street Hospital/BBC)
A equipe do banco, em conjunto com a empresa de biotecnologia Cellectis, conseguiu rapidamente permissão para tentar uma terapia experimental que havia sido testada apenas uma vez em camundongos.
O tratamento, chamado "designer immune cells", algo como células imunológicas projetadas, representa tecnologia de ponta em edição de genoma (um tipo de engenharia genética).
O tratamento é inovador porque, enquanto as terapias já existentes tentam adicionar novos genes para corrigir problemas, esta "edita" os genes que existem.
Tesouras moleculares
Tesouras microscópicas, conhecidas como Talens, foram usadas para alterar o DNA dentro das células imunológicas de um doador.
As células foram alteradas para procurar e matar apenas células com leucemia e para que fossem "invisíveis" para as fortes drogas dadas aos pacientes.
As células modificadas foram então injetadas em Layla. Ela também precisou passar por um segundo transplante de medula para restaurar seu sistema imunológico.
Agora, meses após a família ouvir que seu câncer era incurável, Layla não apenas está viva como não tem traços de leucemia em seu corpo.
Paul Veys, do hospital Great Ormond Street, disse que a transformação foi uma das coisas mais marcantes que ele viu em 20 anos: "Estamos em um ponto maravilhoso comparado a cinco meses atrás, mas isso não significa cura."
"Só vamos saber se ela está curada daqui a um ou dois anos, mas ter chegado tão longe já é um passo enorme."
Ele disse que a situação foi "quase um milagre".
A história de Layla foi apresentada na Sociedade Americana de Hematologia.
"É a primeira vez que células humanas modificadas desta forma em particular são colocadas em um paciente e isso foi um grande avanço", disse Waseem Qasim, do Great Ormond Street.
A tecnologia em si tem grande potencial para corrigir outras condições em que células são modificadas e implantadas em pacientes ou para dar novas propriedades a células para permitir que sejam usadas de forma que, no momento, só podemos imaginar."

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/tratamento-inedito-reverte-leucemia-incuravel-de-bebe.html