Academia Equilíbrio

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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Após complicações durante plástica, mulher adquire compulsão por roubar


Paciente atendida em Curitiba teve problema de oxigenação no cérebro.
Ataque de cleptomania passou depois de alguns dias, relata neurologista.

Rafael GarciaDo G1, em São Paulo
Diagnóstico de imagem mostra problema de irrigação sanguínea no cérebro da paciente (Foto: Nascimento et. al/BMJ)Exame de imagem mostra falta de irrigação sanguínea no cérebro da paciente (Foto: F. Nascimento/BMJ)
Uma mulher que sofreu problema de irrigação sanguínea durante uma cirurgia plástica em Curitibacomeçou a apresentar sintomas de cleptomania -- uma vontade incontrolável de roubar coisas.
O caso foi revelado em um estudo na revista científica "British Medical Journal", assinado pelo médico Fábio Nascimento, da Universidade de Toronto, e colegas do Instituto Neurológico de Curitiba.
Segundo os autores, que não revelam o nome da paciente, a mulher de 40 anos, submetida a uma cirurgia de aumento dos seios e redução de abdome, não tinha histórico de uso de drogas nem de transtorno psiquiátrico. Seu comportamento teria começado a mudar depois de ela se sentir mal no período pós-operatório.
"Ela apresentou sonolência, desorientação, apatia e lapsos de memória", contam Nascimento e seus colegas. "Nos dias seguintes, ela começou a experimentar pensamentos intrusivos recorrentes, uma compulsão irresistível em roubar e alívio após cometer o ato."
O sintoma incomum, porém, só foi descoberto quando a mulher já havia voltado para casa, e foi relatado aos médicos pelo marido dela.
“Segundo ele, a paciente comentava que tinha uma vontade irresistível de furtar objetos”, conta Nascimento. “O clímax da condição psiquiátrica transitória foi quando a paciente de fato tentou furtar um item em uma loja da cidade. ”
Passagem pela polícia
O marido relatou que a esposa foi a uma loja escolher um presente de aniversário para a filha, escolheu um produto, e mesmo tendo dinheiro suficiente para comprá-lo, colocou-o escondido na bolsa e saiu da loja. Já no estacionamento, foi flagrada por um segurança da loja e acabou indo parar na delegacia. Foi liberada, porém, após "sua condição psiquiátrica ter sido explicada ao delegado".
Nascimento e seus colegas afirmam que, apesar de estranho, o fenômeno tem precedente na literatura médica. Interferências no córtex cerebral frontal, a parte do cérebro prejudicada no caso descrito, não raro resultam em problemas cognitivos, comportamentais e emocionais. Dificuldades para controlar impulsos já foram relatadas após danos neurológicos.
"A hipótese mais provável é que ela tenha sofrido isquemia cerebral [falta de oxigenação] durante ou logo depois da cirurgia", conta Nascimento. "Acreditamos que essa isquemia foi decorrente de períodos de baixa pressão arterial que a paciente passou durante a cirurgia. Esta prática é deveras 'comum' em cirurgia, e tem como objetivo diminuir sangramento ou diminuir a necessidade de transfusões sanguíneas."
No caso da mulher descrita no artigo, porém, não houve lesão cerebral permanente, e os sintomas desapareceram depois de alguns dias. Seu diagnóstico proposto no estudo foi de "cleptomania transitória" e "transtorno do controle de impulsos".

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/apos-complicacoes-durante-plastica-mulher-adquire-compulsao-por-roubar.html

Bebê com microcefalia severa precisa de diagnóstico por imagem, diz OMS


Organização publica novas diretrizes sobre problema ligado a vírus da zika.
Criança com grau mais sutil de anomalia deve ter acompanhamento clínico.

Rafael GarciaDo G1, em São Paulo
 Neuropediatra Vanessa Van Der Linden observa exame de imagem de um bebê com microcefalia no Hospital Barão de Lucena, no Refife, Brasil, em foto de 26 de janeiro (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)Médica analisa tomografia computadorizada de bebê com microcefalia (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou em um documento divulgado nesta quinta-feira (25) que os bebês com casos mais extremos de microcefalia nas áreas afetadas pela zika passem por diagnósticos de imagem como ressonância magnética e tomografia computadorizada.
Esses exames, segundo as novas diretrizes, são necessários para buscar possíveis anormalidades cerebrais, que vão além do pequeno diâmetro da cabeça em si.
Pelos novos parâmetros, casos de microcefalia passam a ser divididos em três tipos: "microcefalia", "microcefalia severa" e "microcefalia severa com anormalidade cerebral".
Na categoria simples "microcefalia", encaixam-se todos os recém-nascidos com circunferência do crânio menor que "2 desvios padrão abaixo da média". A OMS não especifica valores absolutos no documento, mas no contexto do Brasil isso se traduz em crianças com circunferência do crânio menor que 33 cm.
A "microcefalia severa" é aquela com "3 desvios padrão abaixo da média", ou o equivalente a um perímetro craniano de 32 cm. Esses são os casos que a OMS recomenda serem objeto de diagnóstico por imagem.
Caso sejam detectados problemas estruturais no cérebro, o diagnóstico passa a ser então de "microcefalia severa com anormalidade cerebral".
Cuidados neonatais
Pelas recomendações da OMS, os recém-nascidos com perímetros entre 33 cm e 32 cm, menos afetados pela microcefalia, mesmo que não sejam submetidos a tomografia e ressonância, precisam de acompanhamento clínico.
Essas crianças com "microcefalia" precisam ter o crescimento da cabeça monitorado, e suas mães precisam passar por uma investigação do período de gravidez passado. É preciso levantar também histórico familiar para investigar possíveis causas genéticas para a microcefalia. Elas também devem ter direito a avaliação de desenvolvimento e exames físicos e neurológicos periódicos.
Todos esses procedimentos também devem ser feitos para as crianças com "microcefalia severa", mas essas também devem passar por diagnóstico de imagem e exames auditivos e oculares -- muitos bebês afetados pela zika apresentam problemas nos olhos e ouvidos.
As crianças com "microcefalia severa e anormalidade cerebral" devem receber os mesmos acompanhamentos das outras duas categorias de diagnóstico, mas devem ter encaminhamento diferente, dependendo do tipo de anomalia detectado nos exames.
Exames de imagem
A separação entre diferentes tipos de casos tem como objetivo filtrar aquelas crianças que ainda são vistas com alguma chance de contornar o problema. "Uma proporção dessas crianças terá desenvolvimento neurológico normal", diz a OMS, sobre a faixa de crianças com perímetro entre 33 cm e 32 cm.
Para neurologistas, a separação de tipos de caso deve ajudar a OMS a cumprir seu objetivo de melhorar a padronização de dados para vigilância epidemiológica e para cuidados clínicos.
"Num momento inicial, isso é importante para saber que criança vai ter que ser investigada e que criança não precisa ser investigada" diz Fernando Pinto, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, que abriga uma maternidade de referência em gravidez de risco. "Se fosse determinado que é preciso de exames de imagem para todas as crianças, isso incorreria em um gasto absurdo que seria inviável."
Exames de imagem, além disso, causam muito estresse em recém-nascidos. "Fazer uma ressonância magnética e uma tomografia computadorizada num bebezinho pequeno implica em anestesiar a criança", diz Pinto. "Na ressonância, ela fica quase uma hora dentro da máquina."
Anormalidade cerebral
Segundo Pinto, porém, no caso de crianças com "microcefalia severa", os exames de imagem são mesmo necessários.
"A microcefalia, por definição, é só a cabeça pequena, mas o que existe lá dentro pode não ser apenas um cérebro menor", diz o neurologista.
"Por exemplo, a criança pode ter os ventrículos -- a cavidades onde o fluido cerebrospinal é produzido-- grandes demais e deformados", explica "É possível encontrar calcificação e também lesão propriamente dita. Essas são coisas que afetam o crescimento do cérebro, que por sua vez afeta o crescimento do crânio."
Uma vez determinado o tipo de interferência que o cérebro da criança sofreu, pode ser possível encontrar os mecanismos de ação com que o vírus da zika afeta o cérebro.
A uniformização dos critérios para diagnosticar a microcefalia, além disso, deve ajudar a organizar os dados que dizem quanto de risco o patógeno representa no surgimento do problema neurológico.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/bebe-com-microcefalia-severa-precisa-de-diagnostico-por-imagem-diz-oms.html

Epidemia de zika aumenta apreensão de pílulas abortivas enviadas ao Brasil


Medicamentos enviados por sites estrangeiros de venda de remédios e ONGs têm uso controlado e são retidos na alfândega; busca por abortivos aumentou com epidemia de microcefalia.

Luiza BandeiraDA BBC, em Londres
A epidemia de zika e microcefalia provocou um aumento da apreensão de remessas de medicamentos abortivos enviados pelo correio para o Brasil.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de junho a novembro de 2015, mês em que foi declarada emergência nacional de saúde, foram confiscados 36 pacotes da pílula Misoprostol, conhecida no Brasil como Cytotec. Já de dezembro a fevereiro desde ano, foram 57 remessas.
Rebecca Gomperts, criadora ONG Women on Web, diz que apreensão de medicamentos é 'cruel'  (Foto: BBC)Rebecca Gomperts, criadora ONG Women on Web, diz que apreensão de medicamentos é 'cruel' (Foto: BBC)
Isso não significa, necessariamente, que mais comprimidos de Cytotec tenham sido retidos. Antes da zika, as remessas costumavam ter mais pílulas, o que, segundo a Anvisa, indica que o objetivo do receptor poderia ser a revenda.
Agora, os pacotes vêm com menos pílulas, o que sugere que os comprimidos seriam destinados a uso pessoal.
O vírus da zika vem sendo ligado a casos de microcefalia e outras malformações congênitas em bebês. O Brasil é o país mais atingido - segundo o Ministério da Saúde, 4.107 casos suspeitos estão sendo investigados. Já foram confirmados 583 casos e 950 notificações foram descartadas.
O aborto no Brasil só é permitido quando a gravidez é fruto de estupro ou há risco de morte para a mãe. Por determinação do STF, a interrupção da gravidez também é permitida em casos de fetos anencéfalos.
Mas medicamentos abortivos estão à venda na internet ou podem ser solicitados por meio de ONGs como a Women on Web, que oferece atendimento pela internet a mulheres que vivem em países onde o aborto é proibido ou restrito. Os remédios são então enviados gratuitamente pelos Correios para a gestante.
A criadora da ONG, Rebecca Gomperts, diz que o número de e-mails de mulheres brasileiras pedindo ajuda ou informações sobre aborto praticamente triplicou com a epidemia de microcefalia.
Segundo ela, a organização recebia, em média, cem e-mails de brasileiras por semana. Em fevereiro, foram 285 em apenas uma semana.
"Nos últimos dois anos, a alfândega brasileira começou a confiscar todos os pacotes. Por isso chegou uma hora em que desistimos e começamos apenas a informar às brasileiras onde elas poderiam fazer um aborto com segurança, como na Guiana ou em Cuba", afirma.
No início do mês, a ONG lançou um comunicado dizendo que, diante da epidemia de zika, iria retomar o envio de abortivos para o Brasil. Ela alertava que, em outras ocasiões, as autoridades alfandegárias do país haviam retido os medicamentos, mas pedia que, diante da epidemia de zika, elas se solidarizassem com as mulheres.
"Mas tudo indica que os medicamentos continuam sendo barrados", diz Gomperts, que não soube precisar quantos remédios foram enviados ao Brasil por causa da zika.
Segundo a Anvisa, os pacotes apreendidos não foram enviados por empresas, mas por pessoas físicas. Várias dessas encomendas vieram da Índia e da Europa. Como a ONG envia remédios da Índia, é provável que suas remessas estejam entre as apreendidas.
Apreensões
Mas por que os pacotes são retidos?
Segundo a ONG, que também atua em diversos países, toda a sua ação é legal.
A Women on Web diz que os medicamentos utilizados no procedimento, que eles chamam de aborto medicinal, são autorizados no Brasil. Eles afirmam que o Misoprostol - assim como Mifepristone, também enviado pela ONG - são utilizados em hospitais.
Diz também que os brasileiros têm direito de importar medicamentos para uso próprio e que o procedimento, feito com instruções de médicos, é seguro. Por isso, não vê sentido na retenção das encomendas.
Segundo a Anvisa, porém, as drogas são de uso controlado. O Misoprostol, por exemplo, é usado em hospitais para induzir partos. Por isso, a pessoa que faz a encomenda precisaria ter uma autorização especial para a importação e apresentar uma receita médica indicando que ela precisa daquele medicamento.
O problema é que aborto é crime no Brasil. Ou seja, ao apresentar este pedido, a pessoa estaria se incriminando.
Segundo a Anvisa, a Receita Federal é a primeira responsável por analisar, com raios-X, os pacotes que chegam do exterior. Remédios são então enviados para a Anvisa, que autoriza ou não a entrada no país.
As pílulas de Misoprostol são encaminhadas à Polícia Federal - o órgão responsável para eventuais investigações criminais.
De acordo com Gomperts, devido à dificuldade em obter abortivos, a maioria das brasileiras que procura a ONG tem optado por fazer o aborto em outros países.
"[Apreender os medicamentos] é outro exemplo de como o problema está recaindo apenas sobre as mulheres e como os direitos delas de acesso a serviços de saúde está sendo violado", afirma.
"Nós, a ONU e outras organizações achamos que as mulheres deveriam ter acesso ao aborto quando precisam, não apenas nos casos de zika. Mas no caso de zika isso é ainda mais cruel", completa Gomperts.
A ONG classifica o Brasil como um dos países mais difíceis de se obter pílulas abortivas. A organização, que começou suas ações fazendo abortos em navios e já usou até um drone para entregar medicamentos, viu aumentar também a procura de mulheres de outros países da América Latina, como Colômbia e Venezuela.
No Brasil, o Misoprostol chega a ser vendido no mercado negro, mas muitas vezes é falsificado e, de acordo com especialistas, pode provocar problemas graves para a mãe e para o feto.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, abortos ilegais provocam a morte de uma mulher a cada dois dias no Brasil.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/epidemia-de-zika-aumenta-apreensao-de-pilulas-abortivas-enviadas-ao-brasil.html

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Brasil pede à América Latina coordenação na luta contra o zika


Especialistas americanos virão ao Brasil na semana que vem por vacina.
Ministros de saúde de países da América Latina se reuniram em Montevidéu.

Da Reuters
Ministro da Saúde Marcelo Castro (centro) durante reunião em Montevidéu (Foto: Reuters/Andres Stapff)Ministro da Saúde Marcelo Castro (centro) durante reunião em Montevidéu sobre o enfrentamento do zika vírus (Foto: Reuters/Andres Stapff)
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, fez um apelo aos governos latino-americanos para fortalecerem a cooperação na luta contra o zika vírus, e disse que especialistas norte-americanos chegarão à região na semana que vem para começar os trabalhos em busca de uma vacina.
Castro fez as declarações durante reunião com ministros das Américas para discutir o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como emergência internacional de saúde pública.
O zika vem sendo relacionado a casos de microcefalia em recém-nascidos no Brasil e está se disseminando rapidamente nas Américas. A OMS afirma que o vírus já foi transmitido em pelo menos 32 países, desde a América do Sul até o oeste do Pacífico.
O ministro brasileiro disse que a América Latina precisa "trocar informações, fazer alianças e discutir que ação coordenada podemos adotar para controlar esta epidemia".
Treinamento para diagnóstico de zika
Castro também ofereceu treinamento para a realização laboratorial de testes para detecção do vírus zika. “Temos o desafio de reforçar o sistema de vigilância na região. Para isso, o Brasil quer compartilhar a sua experiência e receber equipes interessadas neste conhecimento", afirmou.
Atualmente não existe cura nem vacina para o zika.
O Brasil é o país mais atingido pelo vírus. Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que Brasil e EUA irão agir juntos para desenvolver uma vacina contra o zika. O país informou na terça-feira que 4.074 casos de bebês nascidos com danos cerebrais podem estar relacionados ao zika.
 Imagem divulgada pelos Centros de Prevenção e Controle de Doença dos Estados Unidos (CDC) feita com microscópio eletrônico de transmissão (MET) mostra o zika vírus  (Foto: Reuters/CDC/Cynthia Goldsmith)Imagem divulgada pelos Centros de Prevenção e Controle de Doença dos Estados Unidos (CDC) feita com microscópio eletrônico de transmissão (MET) mostra o zika vírus (Foto: Reuters/CDC/Cynthia Goldsmith)
"No dia 11 de fevereiro, especialistas técnicos dos EUA chegarão ao Brasil para realizar uma reunião de alto nível na qual determinarão os primeiros passos e o cronograma do desenvolvimento da vacina", disse Castro na sede do Mercosul, na capital uruguaia, Montevidéu.
Em comunicado com 16 pontos divulgado posteriormente, os ministros concordaram em trocar informações sobre o vírus, fortalecer campanhas de conscientização pública nos cruzamentos de fronteira e aeroportos, além de impulsionar o treinamento de profissionais de saúde para prevenir e tratar o Zika.
Ministros de Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Suriname, México, Costa Rica e República Dominicana foram convidados para o encontro. 
Produzir uma vacina segura contra o zika é um desafio repleto de obstáculos, e a aprovação técnica do medicamento pode levar anos.
"Até que (uma vacina) seja desenvolvida, só temos uma opção: eliminar o mosquito, e a melhor maneira de fazê-lo é evitar que o mosquito nasça destruindo seus locais de procriação", disse o ministro.
De acordo com a OMS até 4 milhões de pessoas podem ser infectadas pelo zika nas Américas.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/brasil-pede-america-latina-coordenacao-na-luta-contra-o-zika.html

O café da manhã é tão importante assim?


Estudos indicam que incentivar a refeição como maneira de perder peso ou aumentar o rendimento pode ser um mito.

James GallagherEditor de Saúde da BBC News
  Granola com frutas: no máximo 10% das calorias diárias devem vir de açúcar adicionado aos alimentos, segundo novas diretrizes de alimentação dos Estados Unidos  (Foto: Kathy Hunt/Reuters)Granola com frutas: no máximo 10% das calorias diárias devem vir de açúcar adicionado aos alimentos, segundo novas diretrizes de alimentação dos Estados Unidos (Foto: Kathy Hunt/Reuters)
Desde que nos entendemos por gente ouvimos que o café da manhã é a refeição mais importante do dia.
É uma ótima forma de começar o dia, é bom para o metabolismo, é ótimo para manter a forma.
Mas para alguns especialistas, essa afirmação não passa de um mito, algo que se transformou em "verdade" de tanto ser repetido.
Então, será mesmo que deveríamos nos importar tanto com o café da manhã?
Apesar de defender o café da manhã como parte de um estilo de vida mais saudável, um informe do Observatório Nacional de Obesidade do Reino Unido (National Obesity Observatory) concluiu que "não está claro se há uma relação causal com o Índice de Massa Corporal (IMC) ou se o café da manhã é simplesmente um dos muitos fatores que contribuem para um peso saudável".
Um estudo publicado no "American Journal of Clinical Nutrition" pediu a 300 pessoas com sobrepeso ou obesas que deixassem de tomar café da manhã por quatro meses.
Café da manhã (Foto: Adriano Bacchella/TIPS/Photononstop/Arquivo AFP)Não está claro se o fato de alguém tomar café da manhã ou não pode impactar seu IMC (Foto: Adriano Bacchella/TIPS/Photononstop/Arquivo AFP)
"Não houve nenhuma diferença na quantidade de quilos perdidos", afirmou o professor da Universidade do Alabama David Allison, responsável pelo estudo.
Ele afirma que as pessoas que pulam essa refeição estão provavelmente tentando perder peso. Diz ainda que se elas começarem a tomar o café da manhã podem ganhar peso, caso não comam menos ao longo do dia.
Então, é uma recomendação equivocada incentivar comer bem pela manhã?
"Se for para perder peso, então não é uma recomendação justificada", afirma o professor.
Alison Tedstone, nutricionista-chefe da Public Health England, afirma que tomar café da manhã é algo positivo. Mas ele concorda que as evidências sobre os benefícios dessa refeição não são conclusivas.
No entanto, ele afirma que é a comida mais fácil de se consumir de maneira correta durante o dia e que pular o café traz o risco de comer algo pouco saudável mais tarde.
O que faz um café da manhã saudável?
O conselho de Tedstone para começar o dia de maneira saudável é pensar em fibras.
"Comer um mingau de aveia, por exemplo, é barato e saudável."
Além de aveia, um café rico em fibras inclui frutas, cereais e torradas integrais.
Mas é preciso ficar atento porque alguns cereais com alto índice de fibras podem conter sal ou açúcar para ficar mais saborosos.
Banana em Piau, MG (Foto: Reprodução/TV Integração)O ideal é comer frutas de manhã: são melhores do que o suco porque contêm fibras (Foto: Reprodução/TV Integração)
"É muito difícil. Acredito que os cereais matinais são muito enganadores", afirma a pesquisadora de nutrição Susan Jebb, da Universidade de Oxford.
Ela afirma ainda que é necessário estar atento aos rótulos, já que alguns têm menos açúcar adicionado.
"Eu incentivo as pessoas a comerem fruta pela manhã. É muito melhor que suco, porque a fruta já contém fibras."
Combustível para o cérebro
Outro argumento pró-café da manhã é que ele melhora o rendimento das crianças na escolar.
Um estudo realizado pela Universidade de Cardiff, publicado em 2015, analisou essa relação. Mas a conclusão segue a mesma linha das análises sobre a refeição e o peso.
"Parece bastante plausível que pular o café da manhã quando criança seja uma mostra de um ambiente familiar pobre – com uma família incapaz de fornecer uma refeição saudável no início do dia -, o que provavelmente é a razão pela qual a criança não rende bem na escola", afirma David Rogers, professor da Universidade de Bristol.
O que fazemos então?
"Se você toma café da manhã, se esforce para que ele seja o mais saudável possível. Se você é dos que pulou o café da manhã, não vou te dizer que deve começar a tomá-lo. Mas vou te incentivar a pensar sobre isso", afirma Susan Jebb, de Oxford.
Já Allisson sugere que quem quer perder peso deve testar as duas coisas, tomar o café e ficar sem, para ver como a pessoa se adapta melhor. Mas em qualquer um dos casos, se assegure de não estar morrendo de fome no meio da manhã e comer um salgadinho às 11h.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/o-cafe-da-manha-e-tao-importante-assim.html