Transtorno carece de "definição clínica unificada" para prescrição de drogas.
Sobreposição com problemas mentais dificulta intervenção, diz psiquiatra.
A agressividade impulsiva crônica em crianças é um sintoma difícil de tratar e ainda desafia pesquisas na área que buscam entender os mecanismos neurais por trás do problema.
Essa é uma das conclusões gerais feita a partir de uma série de estudos sobre o problema publicados nesta semana por uma equipe de especialistas que estudou o problema.
Essa é uma das conclusões gerais feita a partir de uma série de estudos sobre o problema publicados nesta semana por uma equipe de especialistas que estudou o problema.
Apesar de o DSM-5, o manual de diagnósticos de psiquiatria, ter adotado termos como "transtorno explosivo intermitente" para descrever casos de agressividade crônica, a comunidade de pesquisa na área ainda tem problemas em lidar com o assunto.
"A carência de uma definição clínica unificada de agressividade impulsiva e de medidas claras para caracterizar a criança agressiva frearam o progresso e o desenvolvimento de tratamentos efetivos", afirma Dan Connor, psiquiatra da Universidade de Connecticut (EUA) que coordenou a série de estudos.
Os artigos científicos do programa, publicados na revista "Journal of Child and Adolescent Psychopharmacology", cobrem temas como a neurobiologia por trás da agressividade e as evidêcias recolhidas até agora sobre tratamentos do problema.
Uma das dificuldades dos cientistas para diagnosticar o transtorno é que muitas vezes a agressividade impulsiva está presente junto de outros males psiquiátricos, como o TDAH (transtorno do déficit de atenção por hiperatividade).
Drogas usadas para tratar essa condição por vezes funcionam para controle da agressividade, mas elas não são consideradas um tratamento específico para o sintoma, e requerem uma avaliação caso a caso.
Quando a agressividade aparece de maneira isolada, "há poucos tratamentos disponíveis baseados em evidências", escreve Connor.
Um grupo que analisou a eficácia de drogas para outros problemas psiquiátricos, como esquizofrenia e depressão, afirma que os casos de agressividade associados a estas também podem reduzir com o tratamento. A ciência, porém, ainda tem dificuldade em enquadrar a agressividade impulsiva em si como transtorno tratável por medicação.
"Estudos futuros são necessários para informar melhor o tratamento da agressão ao longo de transtornos, e o tratamento de diferentes subtipos de agressão", escrevem os autores, liderados por Tina Gurnami, do Centro Hospitalar Mount Sinai-St. Luke, de Nova York.
fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/agressividade-cronica-em-criancas-ainda-desafia-tratamentos-diz-estudo.html
No vídeo, o psiquiatra Daniel Barros comenta sobre o caso de crianças que são cronicamente agressivas:
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