Academia Equilíbrio

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Acidentes de trânsito podem causar múltiplos traumas em órgãos vitais



Esse é o caso do cantor Pedro, que bateu carro em Goiás no dia 20.
Entenda como funciona uma UTI e para que serve a hemodiálise.

Do G1, em São Paulo
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Acidentes de trânsito podem provocar inúmeros traumatismos, fraturas ósseas e problemas em órgãos vitais, como cérebro, coração e pulmões. Esse é o caso do cantor Pedro Leonardo, que capotou o carro em Goiás há uma semana, quando voltava de um show, e está internado desde quinta-feira (26) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Para explicar por que acidentes de veículos podem ser tão graves, a importância de usar sempre o cinto de segurança – inclusive no banco de trás – e o que fazer diante de uma vítima, o Bem Estar desta sexta (27) convidou o chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sírio-Libanês, Guilherme Schettino, e a consultora Ana Escobar.
O alerta vale também para esta véspera de feriado, quando milhões de brasileiros pegam as estradas do país inteiro.
Acidente Pedro (Foto: Arte/G1)
Como funciona a UTI
A UTI é o centro médico para onde são enviados pacientes muito graves, como os que têm múltiplas fraturas e principalmente problemas cerebrais. Quando uma pessoa sofre um acidente grave, o organismo fica muito abalado, muitas vezes em pré-óbito, e pode ocorrer insuficiência de vários órgãos.
Os aparelhos da UTI são usados para desempenhar as funções que os órgãos como coração e pulmões não conseguem. Os batimentos cardíacos, a pressão arterial e a temperatura do corpo são monitorados.
Além disso, um aparelho é colocado na traqueia da vítima para ventilar os pulmões, e também há controle da pressão do ar jogado nos pulmões. O paciente recebe alguns medicamentos para abrir e fechar os vasos (vasodilatação) e para manter a oxigenação do sangue e, consequentemente, das partes nobres do corpo, como coração e cérebro.
Na UTI, a alimentação é feita pela veia e chamada de nutrição parenteral, uma solução que contém proteínas e aminoácidos. Em alguns casos, também é colocada gordura. Para hidratar o corpo, a pessoa recebe um soro com sódio, potássio e glicose.
Múltiplos traumas e socorro à vítima
Traumatismos como o de Pedro atingem mais de um órgão, e a gravidade depende da quantidade e de quais partes foram comprometidas. Quanto mais jovem o paciente, maior a chance de cura. E o mais importante de tudo é preservar a atividade cerebral.
No abdômen, pode ocorrer sangramento que não se exterioriza. Com menos sangue nas artérias, o quadro se agrava.
Além disso, inchaço no cérebro prejudica a entrada de sangue no local. Por isso, ao atender uma pessoa com traumatismo craniano, os médicos logo diminuem a atividade cerebral por meio de sedativos. Coloca-se um cateter, para medir e aliviar a pressão intracraniana, e aplicam-se remédios para regular essa pressão.
Quando há um coágulo no cérebro, é preciso abrir um pequeno pedaço na caixa intracraniana para reduzir a pressão. A passagem permanece aberta até a estabilização do quadro.
No socorro, também é muito importante não mexer na vítima, a não ser que haja risco de ela se machucar ainda mais. Movimentar a pessoa pode agravar, por exemplo, uma lesão na coluna. Acionar o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), no número 192, ou o Corpo de Bombeiros (193) deve ser o primeiro passo.
Para que serve a hemodiálise
Os rins param de funcionar quando um indivíduo sofre um acidente com traumas e há sangramento interno. O organismo entra em choque, e o tratamento com hemodiálise é fundamental para filtrar as impurezas do sangue. Isso porque ninguém sobrevive sem o funcionamento dos rins, razão pela qual a hemodiálise é tão importante.
Quando os rins não funcionam normalmente, um cateter é colocado numa veia grande, para puxar todo o sangue do corpo. O sangue entra num equipamento que retira as impurezas – como ureia e creatinina – e volta limpo para o corpo.
O tratamento é feito até que os rins do paciente voltem a funcionar perfeitamente. Para controlar as impurezas no sangue, são feitos diariamente exames em quem está internado na UTI.
Internação de Pedro Leonardo
Pedro foi internado no Hospital Sírio-Libanês pouco antes das 17h de quinta-feira. Segundo a assessoria do hospital, a médica Ludhmila Hajjar, coordenadora da UTI cardiológica, acompanhou o cantor na ambulância. No hospital, ele será cuidado pela equipe do médico Roberto Kalil Filho.
A viagem até a capital paulista começou às 12h35, quando ele deixou o Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG). O jovem foi embarcado em um avião com UTI e fez um voo de cerca de 1h30.
Todo o traslado foi cercado de cuidados para evitar complicações para o paciente. O avião pousou no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, às 15h26. Cerca de 40 minutos depois da aterrissagem, a equipe médica concluiu a retirada da maca da aeronave e o cantor foi levado em uma ambulância para o Sírio-Libanês.
O deslocamento da ambulância pelas ruas de São Paulo foi apoiado pela escolta de equipes da Polícia Militar e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que chegaram a interditar um sentido do corredor norte-sul na saída do aeroporto. Um carro da Polícia Militar seguiu à frente do veículo com o paciente durante todo o trajeto. No horário, por causa da chuva em algumas regiões, a cidade estava em estado de atenção para alagamentos.
O acidente
Pedro Leonardo sofreu um acidente de carro na rodovia MGC-452 na sexta-feira (20), quando voltava de um show. O acidente foi próximo do município de Tupaciguara (MG). Ele foi inicialmente levado ao Hospital Municipal de Itumbiara, onde passou por cirurgia para conter uma hemorragia abdominal e transferido na mesma sexta para Goiânia.
O paciente ainda está em estado grave, mas respondeu positivamente aos tratamentos desde que deu entrada no IOG. Há dois dias, as drogas que o mantêm em coma induzido foram sendo gradativamente diminuídas. Somente para a remoção, segundo o médicos, os medicamentos tiveram de ser novamente aumentados.
Exames mostram a diminuição do edema cerebral e uma melhora na condição pulmonar. Devido a uma insuficiência renal, Pedro ainda passou por duas sessões de hemodiálise, com duração de oito horas cada, e respondeu ao procedimento sem complicações.

sábado, 28 de abril de 2012

Acupuntura, remédios e fisioterapia: saiba como tratar a dor de cabeça



Neurocirurgião propõe tratamento multidisciplinar com auxílio psicológico

A partir do momento que uma simples dor de cabeça vira uma patologia há que se buscar um tratamento sério para erradicar não o sintoma, mas a doença.
Globo Ciência: Dor de Cabeça - Acupuntura (Foto: Divulgação)Acupuntura: prática regulariza o sono do paciente
com dor e atua diretamente no cérebro
(Foto: Divulgação)
Para o neurocirurgião Alexandre Amaral, professor adjunto de Neurocirurgia do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas e diretor médico do Centro Disciplinar da Dor, o que pode trazer a cura de dores crônicas, como a dor de cabeça, é um modelo multidisciplinar que engloba acupuntura, fisioterapia, remédios e atendimento psicológico.

O paciente com cefaleia tensional (dor de cabeça causada por tensão muscular), por exemplo, pode experimentar um sono ruim, e, em determinados casos, fobia social e depressão. “A acupuntura regulariza o sono, relaxa a musculatura e consegue mexer no ciclo biológico do doente, fazendo com que relaxe, respire melhor e tenha um sono mais profundo. Essa é a única forma conhecida através da qual conseguimos atuar diretamente no cérebro do paciente. No entanto, não podemos nos considerar Deus e achar que resolveremos tudo com uma ação apenas. Uma psicóloga especialista em dor pode atuar no sistema nervoso central de modo que o paciente libere endorfina, provocando o controle da dor pelo próprio corpo”, explica.
Globo Ciência: dor de cabeça- neuroestimulado occipital (Foto: Divulgação)Neuroestimulador occipital (Foto: Divulgação)
É comum os pacientes com dor de cabeça terem distensão no pescoço e na coluna cervical. Para melhorar este aspecto, o fisioterapeuta atua corrigindo os pontos de tensão muscular e ajudando na liberação da musculatura que comprime os nervos responsáveis pela irradiação das dores para a cabeça. A acupuntura, a fisioterapia e o atendimento psicológico, além de medicamentos moduladores, que têm uma propriedade específica evitando o desencadeamento da dor, são elementos que juntos fazem com que o paciente tenha um controle da dor e uma qualidade de vida muito melhor.

“Quando a dor se torna rebelde a tudo isso, como em pacientes que sofrem há muito tempo e já tentaram todos esses tratamentos, podemos fazer procedimentos minimamente invasivos, como o implante de microchips na parte externa da cabeça, os chamados marca-passos neurológicos, que conseguem controlar a dor da cabeça através de estímulos elétricos”, explica.

O marca-passo é um microcomputador (neuroestimulador) implantado na região occipital (da nuca), responsável por um estímulo elétrico no nervo responsável pelo controle da dor de cabeça. Essa cirurgia é geralmente coberta por planos de saúde. Segundo Alexandre Amaral, a eficácia é grande; 90% das pessoas que fazem a cirurgia ficam muito satisfeitos com o controle da dor e o retorno da qualidade de vida.

'Beberrões' demoram mais para se recuperar de queimaduras



Intoxicação pelo álcool enfraquece imunidade e abre ‘janela’ para infecções.
Abstinência causa agitação e atrapalha o tratamento.

Do G1, em São Paulo
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Pacientes que bebem álcool em excesso e sofrem queimaduras tendem a demorar mais para se recuperar do que os pacientes queimados que não bebem. Essa é a constatação de um estudo do Centro Médico da Universidade Loyola, nos Estados Unidos, divulgado nesta sexta-feira (27) no 44º Encontro Anual da Associação Americana de Queimados, em Seattle.
O grupo de pesquisadores analisou 53 pacientes queimados que chegaram ao hospital da universidade com problemas respiratórios. Destes, 12 apresentavam taxa de álcool no sangue acima de 0,08%, que é o limite legal para dirigir no país. Quatro estavam com níveis baixos e 37 não tinham álcool no sangue.
Ao compararem os pacientes queimados que estavam com álcool no sangue além do limite legal, com os que estavam "limpos", os pesquisadores notaram que, apesar de nos primeiros as queimaduras serem bem menos graves, eles apresentaram índices similares de sepse e pneumonia e gastaram tempo semelhante no hospital.
“Entre os bebedores compulsivos, até as menores lesões podem resultar em sérias complicações e na estadia mais prolongada no hospital", diz Elizabeth Kovacs, autora do estudo.
Na média, os que não haviam bebido apresentavam 24,9% de seus corpos queimados, comparado com total de 10,6% entre os que estavam com álcool no sangue.
Christopher Davis, também autor do estudo, enumera três motivos que respondem a dificuldade de recuperação entre os que consumiram álcool, mesmo com menos lesões:
- A intoxicação pelo álcool enfraquece o sistema imune de forma crítica, dificultando o processo de cura e fazendo os pacientes ficarem suscetíveis a infecções.
- Enquanto estão hospitalizados, os bebedores compulsivos ficam em abstinência. E, consequentemente, ficam agitados e pouco cooperativos com o tratamento.
- Os níveis de envenenamento por monóxido de carbono nos bebedores compulsivos estavam quatro vezes maiores do que entre os que não tinham bebido. Provavelmente porque os primeiros demoraram mais para escapar. Esse tipo de envenenamento pode causar danos no cérebro e outros efeitos que complicam a recuperação.