Academia Equilíbrio

Academia Equilíbrio

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Calor fora de época requer cuidados constantes com o ar-condicionado



Tela externa deve ser limpa toda semana e parte interna, a cada 6 meses.
Alergia por descaso de empresa pode ser 'acidente de trabalho', diz médico.

Luna D'AlamaDo G1, em São Paulo
Comente agora
O calor do final do inverno, que deve se estender pela primavera, iniciada neste sábado (22), requer alguns cuidados com a qualidade do ar-condicionado, seja em casa, na academia, no trabalho ou no carro.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, Marcelo Hueb, a tela externa do aparelho – tanto o modelo de parede como split – deve ser limpa toda semana, em ambiente aberto e arejado, pois há um acúmulo de fungos, bactérias e poluentes chamados de material particulado, que são extremamente irritantes às vias aéreas e aos pulmões.
"Já o sistema de tubulação e os filtros internos do ar-condicionado devem ser higienizados por um técnico, de acordo com as instruções do fabricante. Em geral, produtos domésticos precisam passar por revisão a cada seis meses e os de empresas, a cada três", explica o médico.
O pneumologista Gustavo Prado, do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, diz que a maioria dos filtros é lavável e deve ser limpa assim, sem batidas nem aplicação de jatos de ar.
"Sacudir a poeira pode suspender o material particulado no ar e favorecer que a pessoa inale aquilo", destaca Prado.
Doenças respiratórias ar-condicionado (Foto: Arte/G1)
O tipo mais comum de ar-condicionado absorve o ar do ambiente, resfria-o e o devolve. Esse tipo de aparelho pode acumular água, o que favorece o aparecimento de micro-organismos. Se esse ar estiver contaminado, será devolvido sujo e favorecer crises alérgicas, como rinite, bronquite e asma, ou infecciosas, como sinusite e conjuntivite.
Apesar de a fase mais crítica do ano, que é o começo do inverno, já ter passado, as crises respiratórias tenderam a aumentar nos últimos dias, principalmente no Sudeste e Centro-Oeste, por causa do tempo seco – que no Rio de Janeiro chegou a 18% esta semana. E essa "nova rodada" de vírus costuma atingir mais crianças, idosos e pacientes com doenças respiratórias crônicas, como bronquite e asma.
Em geral, produtos domésticos devem passar por revisão a cada seis meses e os de empresas, a cada três"
Marcelo Hueb,
otorrinolaringologista
Noite fresca
Para quem é muito sensível ao calor e gosta de dormir com o ar-condicionado a noite toda, uma recomendação: é importante manter um umidificador de ar no quarto, de preferência do tipo ultrassônico, que solta apenas uma "nevoazinha", sem aquecer a água e correr o risco de mofar as paredes.
"O ideal é usar água filtrada, sem elementos químicos como cloro, que poderia piorar a sensibilidade", afirma o otorrinolaringologista.
Além disso, é preciso ficar atento à temperatura do aparelho, que não deve ficar direto sobre a pessoa.
"O termômetro corporal já diminui enquanto dormimos, então, se o ar estiver muito frio e seco, as defesas do organismo podem baixar, os cílios das vias respiratórias ficam paralisados e as secreções, acumuladas. Aí podem surgir resfriados, gripes e infecções bacterianas", ressalta Hueb.
Em uma loja de ar condicionado, a venda já aumentou 10% em relação a 2010 (Foto: Lynne Aranha / G1 Itapetininga)Ar-condicionado split (foto) ou de parede deve ser
limpo sempre (Foto: Lynne Aranha/G1 Itapetininga)
Oxigênio extra
Mesmo quando a manutenção do ar-condicionado foge do controle individual, como em academias de ginástica e empresas, é importante observar como está o ar que você respira. Os filtros, nesses lugares, precisam ser trocados, em média, a cada três meses – metade do tempo que o uso doméstico.
Como as academias são ambientes onde as pessoas transpiram muito por causa dos exercícios intensos, o corpo precisa de mais oxigênio e hidratação. Com um filtro poluído, o sistema imunológico da pessoa pode ser atingido e ficar mais suscetível a doenças.
"Por isso, é indicado fazer atividade física, de preferência ao ar livre, onde costuma haver um ar mais puro e úmido, de no mínimo 25%. Abaixo disso, a demanda respiratória aumenta muito e o risco de problemas também", explica Hueb. Nesse caso, é melhor fazer uma caminhada mais leve na rua ou na esteira, sem carregar peso.
'Acidente de trabalho'
Prédios de empresas que não fazem a manutenção correta do sistema de ventilação e ar-condicionado, onde até 25% dos frequentadores manifestam alguma reação respiratória durante a permanência no local, sofrem da chamada "síndrome do edifício doente".
Em última instância, o desenvolvimento ou a piora ou de uma doença respiratória pode ser considerada 'acidente de trabalho', com implicações legais"
Gustavo Prado,
pneumologista
"O problema também pode ser causado por pó, mofo, sujeira, carpete, material vegetal ou animal", enumera Hueb. Nesse caso, quando o indivíduo sai de férias ou apenas folga num fim de semana, já percebe uma melhora – o pigarro, o nariz entupido e a dificuldade para respirar somem.
"Quando o uso é corporativo, precisa haver uma gestão predial responsável, que faz parte das atribuições do empregador. Em última instância, o desenvolvimento ou a piora ou de uma doença respiratória pode ser considerada 'acidente de trabalho', com implicações legais", diz o pneumologista do Incor Gustavo Prado. "Os dutos de ar também devem ser limpos, para que a conveniência de ter um ambiente mais fresco não vire um problema", completa o médico.
Ar-condicionado de carro exige cuidados (Foto: Affinia Automotiva)Ar-condicionado de carro também exige cuidados
constantes do motorista (Foto: Affinia Automotiva)
Ao volante
Para quem não dispensa o ar-condicionado nem dentro do carro, é importante prestar atenção na troca regular do filtro.
"Antes do fim desse prazo, já dá para perceber se há cheiro de mofo e um aspecto enegrecido ou esverdeado, principalmente se o aparelho é ligado e desligado muitas vezes", afirma Prado.
Segundo o médico, dirigir em metrópoles com o vidro aberto é pior, mas, dependendo da dimensão das partículas no ar – se forem muito pequenas –, o filtro não consegue barrá-las.
O otorrinolaringologista Marcelo Hueb lembra que é necessário também repor o gás do ar-condicionado do carro, cuja área de "tubulação" é formada por plástico, tecido e espuma.
"Como o automóvel às vezes fica muito tempo exposto ao sol, alguns produtos químicos contidos no plástico e em outros materiais se decompõem e são lançados ao ar. Por isso, antes de entrar no veículo novamente, abra as janelas, deixe o ambiente ventilar por uns 2 minutos e só depois dê a partida", sugere Hueb.

Nenhum comentário:

Postar um comentário