Pesquisa analisou mais de 1.500 gametas humanos por até 20 segundos.
Maioria das células sexuais masculinas gira da esquerda para a direita.
1 comentário
Cientistas americanos e chineses descobriram que, ao contrário do que se pensava, os espermatozoides não nadam em linha reta até o óvulo da mulher.
Por meio de um novo microscópio em 3D, os pesquisadores captaram o movimento de mais de 1.500 gametas masculinos durante 10 a 20 segundos e viram que eles mantinham trajetórias helocoidais – em forma de hélice. Além disso, 90% rodavam da esquerda para a direita.
Os resultados do trabalho, feito por engenheiros da Universidade da Califórnia (UCLA), nos EUA, e da Universidade de Ciência e Tecnologia de Nanquim, na China, estão publicados na edição desta segunda-feira (17) da revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), da Academia Americana de Ciências.
Além dos espermatozoides, os autores analisaram outras 22.500 células por meio dessa nova técnica, chamada microscopia holográfica, que registrou um vídeo com 92 frames por segundo. Segundo o professor de engenharia elétrica e bioengenharia da UCLA Aydogan Ozcan, o método permite acompanhar o movimento de milhares de organismos que se mexem ao mesmo tempo, mas de formas diferentes.
As imagens foram obtidas em dois comprimentos de onda (vermelho e azul) e apontam que apenas 4% a 5% dos gametas nadavam em hélices bem definidas, enquanto o restante fazia um caminho irregular, com voltas e reviravoltas inconstantes. Ao todo, foram vistos quatro percursos curvos distintos.
Esse mesmo percentual de células sexuais acaba sendo suprimido dentro do sêmen, líquido formado pelo esperma e pelo plasma seminal – material vindo da próstata e de glândulas destinado a nutrir os espermatozoides e ajudar a mobilidade deles.
Os gametas do estudo ocupavam um volume de 7,9 microlitros – a milésima parte de mililitro –, em um campo de visão de 17 milímetros quadrados e um volume total de amostra de 17 milímetros cúbicos. As células sexuais foram retiradas do sêmen e colocadas em um fluido de laboratório.
Segundo os cientistas, esse trabalho sobre a dinâmica do movimento dos espermatozoides pode melhorar as pesquisas sobre fertilidade. Além disso, será capaz de identificar o padrão de natação de micro-organismos unicelulares causadores de doenças, como protozoários e bactérias, e contribuir para o desenvolvimento de novos remédios. Até agora, esses seres foram observados apenas em amostras pequenas e em duas dimensões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário