Metano que vazou de poço da BP em 2010 serviu de alimento a bactérias.
Circulação das correntes marítimas na região favoreceu processo.
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Um estudo publicado na edição de segunda-feira (9) da revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)” mostra como a natureza fez com que um dos maiores desastres ambientais da história dos EUA tivesse um impacto menor do que o que se temia.
Em 2010, um acidente com uma plataforma submarina provocou o vazamento de petróleo e gás metano – que é venenoso para os animais, incluindo humanos – no Golfo do México. Menos de um ano depois, no entanto, colônias de bactérias já haviam consumido quase todo o metano do mar.
O atual estudo traz a explicação de como isso aconteceu. O principal fator foi a geografia do Golfo do México. Como ele é cercado por terra em quase todos os lados, as correntes marítimas não espalharam o material. O metano saía do local do vazamento, mas acabava retornando e sendo consumido pelas crescentes colônias de bactérias.
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“Quando a água retorna, os organismos que já floresceram e comeram seus hidrocarbonetos preferidos atacam imediatamente e procuram certos compostos. Então eles se alimentam desse novo fluxo de hidrocarbonetos. O resultado é que, quando você tem essas comunidades desenvolvidas voltando acima da fonte do poço, elas consomem os hidrocarbonetos muito mais rápido”, explicou David Valentine, autor do estudo, em material divulgado pela Universidade da Califórnia em Santa Barbara, onde ele trabalha.
A resposta foi obtida com ajuda de um software criado em parceria com colegas da Universidade de Rijeka, na Croácia. O modelo de computador simulou como seria a movimentação das correntes marítimas e o desempenho das bactérias no local.
Segundo Valentine, a técnica usada no estudo “nos dá conceitos que podemos agora aplicar em outras situações, se conseguirmos entender a física”.
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