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terça-feira, 15 de abril de 2014

Novas diretrizes tentam reduzir número de cesáreas nos EUA


Sociedades médicas recomendam que mulher tente parto natural por pelo menos 3h se for seu primeiro parto.

Da BBC
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Cirurgia é usada em um a cada três partos nos Estados Unidos; Índice alto preocupa especialistas (Foto: BBC)Cirurgia é usada em um a cada três partos nos Estados Unidos; Índice alto preocupa especialistas (Foto: BBC)
A preocupação com a alta taxa de cesarianas nos Estados Unidos levou à publicação recente de novas diretrizes sobre o tema por duas das principais sociedades médicas do país.
Atualmente, um em cada três partos realizados nos Estados Unidos é feito por meio da cirurgia e essa taxa vem aumentando desde 1996.
Por isso, em fevereiro deste ano, o American College of Obstetricians and Gynecologists(Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, ou ACOG, na sigla em inglês) e a Society for Maternal-Fetal Medicine (Sociedade de Medicina Materno-Fetal, ou SMFM) divulgaram em conjunto uma série de novas recomendações.
Os órgãos pediram aos médicos para esperar mais pelo nascimento do bebê durante o parto normal e para que eles tentem outras alternativas para ajudar no parto antes de recorrer à cesárea.
"Muitas mulheres podem simplesmente precisar de um pouco mais de tempo em trabalho de parto para dar à luz de maneira natural", diz Aaron Caughey, membro do comitê responsável pelas novas diretrizes.
Recomendações
Entre as recomendações estão a de que os médicos usem pressão externa para tentar reposicionar o bebê quando este não estiver de cabeça para baixo, em vez de recorrer imediatamente à cesárea.
O documento também afirma que médicos não devem optar pela cesariana automaticamente em casos em que o bebê for muito grande.
Segundo as diretrizes, é preciso permitir que a mulher faça força para empurrar o bebê por pelo menos duas horas, se já tiver dado à luz anteriormente, ou três horas, se for seu primeiro parto.
Em determinados casos, como quando há anestesia peridural, esse tempo pode ser ainda maior.
Outra recomendação é recorrer a técnicas que auxiliem na realização do parto normal, inclusive o uso de fórceps.
Crescimento
As recomendações são dirigidas principalmente a mulheres que vão dar à luz pela primeira vez.
Segundo Caughey, a maioria das mulheres que têm o primeiro filho por meio de cesariana acaba repetindo o procedimento nos partos seguintes.
"É isso que estamos tentando evitar", afirma o médico.
Em 1996, a taxa de cesariana nos EUA era de 20,7%. Nos 13 anos seguintes, deu um salto de 60%, chegando a 32,9% em 2009 e permanecendo nesse patamar desde então.
Os números variam de Estado para Estado. O Kentucky tem a taxa mais alta, de quase 40% dos partos, enquanto a do Alasca é de 22,6%.
Salvar vidas
No documento, as entidades reconhecem que a cesariana pode salvar vidas, tanto do bebê quanto da mãe.
"No entanto, o rápido aumento nas taxas de cesariana de 1996 a 2011, sem clara evidência de redução concomitante em mortalidade materna ou neonatal, levanta expressiva preocupação de que a cesariana esteja sendo usada em demasia", diz o texto.
Segundo o documento, a taxa de mortalidade entre mulheres submetidas a cesariana é de 13 mortes em cada 100 mil mulheres, mais de três vezes maior do que em partos normais.
O presidente da SMFM, Vincenzo Berghella, reconhece que em alguns casos a cesariana é realmente a melhor opção.
No entanto, o médico diz que, na maioria dos casos, em que a gravidez é de baixo risco, "a cesariana pode representar um risco maior do que o parto normal", especialmente em relação a futuras gestações.

fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/04/novas-diretrizes-tentam-reduzir-numero-de-cesareas-nos-eua.html

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