Projeto vai disponibilizar dados em sistema de livre acesso.
Análise trará avanços no conhecimento de males comuns, mas é criticada.
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Um grupo de cientistas britânicos busca 100 mil voluntários para realizar um amplo sequenciamento de DNA, como parte de um esforço cientifico para investigar doenças de origem genética. Os resultados serão disponibilizados para qualquer um na internet.
A informação foi anunciada nesta quinta-feira (7) pela organização "Personal Genome Project" (PGP) do Reino Unido, que lançou pela primeira vez uma busca aberta de pessoas que concordam em ter sua sequência de DNA revelada de forma pública, uma informação que, segundo a PGP, se mostra muito útil para fazer com que os cientistas compreendam melhor as doenças e a genética humana.
Apesar do nome dos voluntários não ser incluído na lista dos resultados, a organização explicou que o anonimato não é algo garantido, já que, neste caso, seria possível identificar uma pessoa através de sua informação genética.
O fato de qualquer um ter acesso à informação genética dos participantes também gera alguns riscos, levando em conta a possibilidade de clonagem de genoma sem permissão ou de cópia do DNA para envolvê-los em atividades criminosas, advertiu a organização.
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Mapeamento genético
Os cientistas também poderiam detectar doenças genéticas nos voluntários durante a realização do mapeamento e, por isso, a organização oferecerá uma lista de médicos que poderiam atender os participantes se houvesse necessidade.
Os cientistas também poderiam detectar doenças genéticas nos voluntários durante a realização do mapeamento e, por isso, a organização oferecerá uma lista de médicos que poderiam atender os participantes se houvesse necessidade.
Devido aos riscos envolvidos, os voluntários deverão passar por um teste para garantir que os mesmos compreenderam o risco de ter sua identidade genética divulgada.
George Church, diretor da versão americana do projeto, explicou que analisar o genoma de 100 mil pessoas trará avanços consideráveis no conhecimento de males comuns - como o diabetes, por exemplo.
George Church, diretor da versão americana do projeto, explicou que analisar o genoma de 100 mil pessoas trará avanços consideráveis no conhecimento de males comuns - como o diabetes, por exemplo.
"Estamos descobrindo que cada vez há mais doenças comuns que na realidade são uma coleção de doenças estranhas", declarou Church, que acrescentou que estes avanços são possíveis graças ao estudo do genoma humano.
Para exemplificar essa proposta, Church assinalou que o câncer, que no princípio era considerado um único tipo de doença, agora se subdivide em muitas categorias em função do tecido afetado e os genes infectados, um avanço que, em sua opinião, está diretamente ligado às pesquisas neste sentido.
Críticas
Mesmo aparecendo como um projeto inovador e sem precedentes, o PGP vem recebendo muitas críticas, como a do pesquisador Peter Mills, membro da instituição beneficente Nuffield Council on Bioethics, dedicada ao estudo dos conflitos éticos vinculados ao mapeamento genético.
Mesmo aparecendo como um projeto inovador e sem precedentes, o PGP vem recebendo muitas críticas, como a do pesquisador Peter Mills, membro da instituição beneficente Nuffield Council on Bioethics, dedicada ao estudo dos conflitos éticos vinculados ao mapeamento genético.
Em entrevista à BBC, o cientista explicou que "a informação genética não só compromete os participantes, mas também suas famílias". David King, do grupo Human Genetic Alert, também se opôs a esta busca por participantes e aconselhou que ninguém se apresente como voluntário.
"Uma vez que sua informação genética for divulgada na internet, nunca poderá eliminá-la. A informação sobre o consentimento que o grupo de pesquisadores oferece não é válida porque não engloba todos os riscos", advertiu King.
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