Roedor velho que recebeu sangue jovem teve melhora na memória.
Proteínas presentes no sangue jovem são responsáveis por fenômeno.
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Componentes do sangue de camundongos jovens têm a capacidade de reduzir os efeitos do envelhecimento no cérebro de camundongos mais velhos.
A descoberta é de uma pesquisa publicada neste domingo (4) pela revista "Nature Medicine", que mostrou que a capacidade de aprendizado, a memória e as funções neuronais de roedores mais velhos são "turbinadas" quando eles recebem uma injeção contendo plasma do sangue de um camundongo jovem.
Em um dos experimentos, os pesquisadores estudaram pares de camundongos cujos sistemas circulatórios haviam sido conectados por meio de uma cirurgia. Chamados de parabióticos, esses roedores passam a compartilhar o mesmo sangue.
Em seguida, fizeram uma comparação entre os camundongos velhos unidos a um par jovem em relação aos camundongos velhos unidos a um par igualmente velho. Foram encontradas diferenças relevantes na anatomia, na bioquímica e na atividade elétrica do hipocampo, região cerebral importante na formação de certos tipos de memória.
O hipocampo dos roedores velhos unidos a pares jovens passou a se assemelhar mais com o hipocampo de um roedor jovem. Nesses animais, foi identificada a presença de uma maior quantidade de substâncias produzidas durante o processo de aprendizado, por exemplo.
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"Foi como se os cérebros velhos fossem recarregados pelo sangue jovem", disse o pesquisador Tony Wyss-Coray, professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.
Em outro experimento feito para o mesmo estudo, o plasma do sangue de camundongos jovens foi injetado em camundongos mais velhos, que passaram posteriormente por testes para medir suas habilidades em tarefas que exigiam o uso da memória. Aqueles que receberam sangue jovem se deram melhor nos testes, em comparação com aqueles que receberam sangue de outros roedores velhos.
“Há fatores presentes no sangue de camundongos jovens que podem recarregar o cérebro do camundongo velho, de maneira que ele funcione mais como o de um jovem”, disse Wyss-Coray. “Estamos trabalhando intensamente para descobrir quais são esses fatores e de quais tecidos exatamente eles originam”.
A hipótese é que existam proteínas presentes no sangue jovem que são responsáveis pelo "rejuvenescimento". Prova disso é que o plasma jovem submetido a altas temperaturas antes de ser injetado no camundongo velho não teve o efeito "rejuvenescedor". Isso porque o calor danifica as proteínas do sangue.
Os pesquisadores lembram que ainda não é possível saber se a estratégia vale também para humanos. Mas, caso os mesmos resultados sejam constatados em humanos, essa pode ser uma nova abordagem no tratamento de demências como o Alzheimer.
"Mostramos que pelo menos alguns danos à função cerebral relacionados à díade são reversíveis. Eles não são definitivos", diz o pesquisador Saul Villeda, principal autor do estudo.
fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/05/sangue-jovem-pode-rejuvenescer-cerebro-de-roedor-velho-diz-pesquisa.html
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