Academia Equilíbrio

Academia Equilíbrio

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Teste de 'ignorância': você sabe mais sobre o mundo do que um chimpanzé?


Saiba por que estamos em uma situação melhor do que muitos pensam.

Da BBC
19 comentários
saiba mais
A população do planeta alcançou a marca de 7 bilhões e continua crescendo, despertando temores de que não tenhamos alimento, espaço e recursos para suprir tanta gente. Mas o quanto realmente sabemos sobre o mundo e a população global?
Uma pesquisa elaborada pelo professor sueco Hans Rosling, do Instituto Karolinska, com britânicos e suecos mostrou que os entrevistados 'sabiam menos sobre o mundo do que chimpanzés'.
'Se eu escrevesse as opções em bananas e dissesse aos chimpanzés do zoológico que me dessem as respostas, eles escolheriam ao acaso. Os britânicos e os suecos se saíram pior do que isso', conta Rosling.
Confira uma versão do quiz, compare seus resultados com o dos entrevistados britânicos e leia os cinco motivos pelos quais Rosling acredita que, apesar das mazelas globais, o mundo está melhor do que pensamos:
Menos crianças
O rápido crescimento da população está chegando ao fim. Cinquenta anos atrás, a taxa média de fertilidade global - o número de bebês nascidos por mulher - era 5. Desde então, caiu para 2,5, algo sem precedentes na história humana, e a fertilidade tende a seguir diminuindo. Isso acontece graças a uma combinação de maior educação feminina, mais acesso a anticoncepcionais e ao aborto e a um aumento na sobrevivência das crianças.
As consequências demográficas desse panorama são impressionantes. Na última década, o número total global de crianças de 0 a 14 anos se estabilizou em cerca de 2 bilhões, e especialistas da ONU creem que esse número se manterá ao longo deste século.
Isso significa que a quantidade de crianças no mundo atual é a mais alta esperada. Já chegamos ao topo.
A população total, porém, continuará crescendo, à medida que essa geração de crianças crescer e envelhecer. Estima-se que 3 ou 4 bilhões de pessoas se somem à população de adultos. Mas, na segunda metade deste século, o rápido crescimento da população global deverá chegar ao fim.
O mundo mudou
Antes, havia dois tipos de países: os 'desenvolvidos' e os 'em desenvolvimento', diferentes entre si em quase tudo. Um era rico; o outro, pobre. Um tinha famílias pequenas; o outro, grandes. Um tinha expectativa de vida alta; o outro, curta. Um era politicamente poderoso, enquanto o outro era politicamente débil. E, entre esses dois grupos, não havia praticamente nada.
Muitas coisas mudaram, e essas classificações começam a ficar mais difusas. Entre as nações que lideram os rankings de saúde e riqueza (como Noruega e Cingapura) e as nações mais pobres, afligidas pela guerra civil (como República Democrática do Congo e Somália), há diversos países no meio, com níveis socioeconômicos intermediários. É neles que mora a maioria da população global.
Brasil, México, China, Turquia, Tailândia e muitos outros países são, em muitos aspectos, mais parecidos aos países ricos que aos pobres. E a maior parte do crescimento econômico está, atualmente, fora das ricas Europa Ocidental e América do Norte.
Pessoas mais saudáveis
Há 50 anos, a expectativa média de vida global era de 60 anos (e mascarava uma enorme brecha entre a vida longa nos países ricos e a vida curtíssima nos mais pobres). Hoje, é de 70 anos, e se aplica à maioria da população do mundo.
A maioria dos países evoluiu mais rapidamente em termos de saúde do que de riqueza. O Vietnã, por exemplo, tem o mesmo nível de saúde dos Estados Unidos em 1980, mas até agora o mesmo PIB per capita que os EUA tinham em 1880.
E, junto com a maior expectativa de vida, houve uma impressionante queda na mortalidade infantil.
Ainda há muito a fazer: 7 milhões (de um total de 135 milhões) de crianças que nascem anualmente morrem antes dos cinco anos de idade. Mas, em 1960, uma em cada cinco crianças morria antes dessa idade. Hoje, essa taxa é de uma em cada 20, e segue caindo.
Um mito comum é que oferecer serviços sanitários - e salvar a vida de crianças pobres - apenas leva ao rápido aumento populacional. Paradoxalmente, o contrário é o correto. Isso porque só existe demanda para planejamento familiar quando a mortalidade infantil cai o suficiente. Antes disso, as mulheres seguem tendo bebês.
Atualmente, as mais altas taxas de crescimento populacional estão nas nações mais pobres - assoladas pela guerra e detentoras das mais altas taxas de mortalidade infantil -, como Afeganistão e República Democrática do Congo. Ao reduzir as taxas de mortalidade, abre-se caminho ao planejamento familiar.
Educação para meninas
A maior mudança mundial para meninas e jovens mulheres provavelmente é a oportunidade de receber mais educação. Entre os homens de 25 e 34 anos, a média global de educação é de oito anos na escola. As mulheres agora vêm logo atrás, com sete anos na escola.
Em alguns países, como Bangladesh, já são iguais os números de meninos e meninas que recebem educação primária e secundária.
Cerca de 60 milhões de crianças ainda não frequentam o ensino básico no mundo, sobretudo porque vivem em extrema pobreza e trabalham para ajudar suas famílias.
Só 10% das meninas que não frequentam a escola são impedidas de fazê-lo por motivos culturais.
A melhor educação feminina é o primeiro passo rumo à igualdade de gêneros. No entanto, infelizmente também está mudando o caráter dessa desigualdade - a violência contra mulheres e as restrições comportamentais a ela estão substituindo a falta de escolaridade como a principal injustiça de gênero.
Pelo fim da pobreza extrema
Economistas definem a pobreza extrema como rendimentos inferiores a US$ 1,25 por dia. Isso significa que uma família que ganha isso não sabe se terá o que comer no dia seguinte, que seus filhos terão de trabalhar em vez de ir à escola e possivelmente morrerão de doenças evitáveis, como pneumonia, diarreia ou malária. Para mulheres, isso significa fecundidade fora de controle e a gestação de seis ou mais filhos.
Mas, segundo o Banco Mundial, o número de pessoas vivendo na pobreza extrema caiu de 2 bilhões em 1980 para cerca de 1 bilhão atualmente. Quem sai dessa situação consegue comida o suficiente e tem menos filhos - e a maioria deles sobrevive e vai à escola.
E, pela primeira vez, as evidências indicam que é possível que o último bilhão consiga sair da pobreza extrema nas próximas décadas. Essas pessoas conseguirão isso principalmente por causa de seu próprio esforço, mas só serão bem-sucedidas se receberem - de seus governos e do mundo - a ajuda específica que necessitam para se manterem saudáveis, educadas e produtivas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário