Academia Equilíbrio

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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Filha de 19 anos doa o rim e ajuda a salvar a vida da mãe nos EUA



Kelly ofereceu o rim para a mãe, Mindy, que sofria de doença renal crônica.
Três meses depois do transplante, elas estão totalmente recuperadas.

Do G1, em São Paulo
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Mindy e Kelly acordaram em camas uma ao lado da outra após o transplante (Foto: Divulgação/Mindy Lam e Kally Sai/UMM)Mindy e Kelly dão as mãos antes do transplante
(Foto: Divulgação/Mindy Lam e Kally Sai/UMM)
A designer de joias Mindy Lam, de 45 anos, teve motivos de sobra para celebrar o Dia das Mães no último domingo, comemorado ao mesmo tempo nos Estados Unidos e no Brasil.
Há três meses, ela recebeu um rim doado por sua filha, Kelly Sai, de 19 anos, para tratar seu quadro de nefropatia hipertensiva, uma espécie de insuficiência renal por causa da elevada pressão arterial.
“Me sinto incrivelmente abençoada e feliz de ter alguém que me ama tanto”, disse Mindy, que mora em Maryland, nos Estados Unidos. “Minha filha me devolveu minha saúde”, avalia a designer.
De acordo com informações do Centro Médico da Universidade Maryland, em Baltimore, onde mãe e filha passaram pelo procedimento cirúrgico, em maio de 2010 começaram a aparecer os primeiros sintomas da doença de Mindy.
“O corpo dela inchou como uma balão e ela não conseguia nem andar”, lembra sua filha, acrescentando que a mãe foi levada imediatamente ao hospital, onde chegou a ter uma parada cardíaca.
Médicos a diagnosticaram com uma doença terminal dos rins e explicaram que havia duas opções: transplante ou diálise. “Mindy não sabia que tinha pressão alta porque não há sintomas no estágio inicial”, informou David Leeser, chefe do Centro Médico de transplantes de rins e pâncreas.
Muitos não se dão conta do perigo: a hipertensão contribui para cerca de mil mortes por dia e é um grande fator de risco para doenças crônicas renais – e quando os sintomas aparecem, como perda de apetite, perda de peso, náuseas, inchaços e dor de cabeça, “pode ser tarde demais para salvar os rins”, alerta Leeser.
Mindy achou que sua vida havia acabado. A filha, que na época tinha 16 anos, queria doar o rim, mas ainda era muito jovem.

Outros parentes se ofereceram como doadores, mas Mindy achou que era muito arriscado e, como sabia que a lista de espera por um rim nos EUA era grande, decidiu optar por diálise peritonial, que pode ser feita em casa, ao contrário da hemodiálise.
Por um tempo, a designer, que costumava viajar para vender sua coleção de joias, tentou continuar trabalhando, mas por causa das diálises e visitas constantes ao hospital, começou a ficar difícil. Kelly lembra que chorava descontroladamente e pensava como sua mãe estava perdendo a vida. Muito doente, não poderia nem ir para Hong Kong visitar os pais, não podia trabalhar e só permanecia o dia todo na cama "gritando.
Saúde dos rins (Foto: Arte/G1)
Quando completou 18 anos, a jovem voltou a se oferecer para doar seu rim. Segundo o médico David Leeser, o transplante de rim é um procedimento seguro para os doadores vivos, mas ainda existem os riscos usuais de qualquer cirurgia, como infecções, sangramento excessivo e, em casos raros, reações à anestesia. Mesmo preocupada com essas possíveis complicações, Mindy lembra que, quando descobriu que a filha era uma doadora compatível, pensou “é para ser”.
Em fevereiro de 2013, as duas deram entrada no hospital para fazer o transplante. Após três horas de cirurgia, Mindy percebeu quase imediatamente que seu novo rim estava funcionando. “Pela primeira vez em três anos, eu me senti normal. Foi ali que percebi o quão doente eu havia ficado", disse.
Três meses após a cirurgia, mãe e filha estão completamente recuperadas, mas ficaram com cicatrizes perto do umbigo – o que Kelly considera um distintivo de honra. “É mais preciosa do que uma tatuagem e simboliza o renascimento da minha mãe”, diz. Dois meses depois do transplante, Mindy voltou para a estrada para vender sua joias, sempre com a filha do lado. Kelly, que tirou um ano de folga da faculdade para cuidar da mãe, pensa em estudar culinária.



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