Universidade Harvard, nos EUA, usa HealthMap para vigilância sanitária.
Outros serviços também reúnem dados de gripe, dengue, malária e cólera.
Comente agora
saiba mais
A tecnologia de sites, redes sociais e aplicativos móveis pode ser usada para reunir dados sobre doenças infecciosas e monitorá-las ao redor do mundo, explicou a bióloga computacional Elaine Nsoesie, da Universidade Harvard, nos EUA, durante a 2ª Conferência Internacional em Epidemiologia, realizada entre esta segunda (12) e quarta-feira (14) no Expo Center Norte, em São Paulo.
Esses sistemas de biovigilância conseguem recolher, organizar e analisar informações de saúde pública e podem ser acessados tanto por profissionais da área quanto pelo público em geral.
Em sites como o HealthMap, criado em Harvard em 2006, é possível ver dados sobre surtos em vários países, marcados com diferentes cores – a vermelha indica maior gravidade.
"Pelas redes sociais, como o Twitter, às vezes é difícil detectar o que é verdade e o que é mentira. Mas muitas vezes dá para saber de onde o tweet vem, e se há outras pessoas na região falando a mesma coisa", disse Elaine.
O Twitter, por exemplo, tem sido usado para monitorar casos de cólera no Haiti. Qualquer menção em inglês ou francês sobre a doença é reunida. Esses dados da rede social, junto com as notícias que saem na mídia sobre o tema, são depois confrontados com os relatórios oficiais do governo.
"Essas informações saem em tempo real, enquanto as oficiais são liberadas com duas semanas de atraso, o que garante agilidade", afirmou a pesquisadora de Harvard.
Elaine citou, porém, a limitação que ocorre em áreas rurais, pela falta de acesso à internet. Mas, no caso do serviço Frontline SMS, que funciona com doações da Fundação Bill e Melinda Gates e é usado para coletar e distribuir informações de saúde por mensagens de texto, não é preciso ter uma rede online, apenas sinal de celular.
"Essa é uma vantagem em locais remotos, como o Camboja, onde esse serviço funciona para monitorar malária. Com a detecção precoce da doença, o tratamento começa mais rápido e há menos mortes", destacou a bióloga computacional.
Segundo ela, esse sistema permitiu uma redução de 53,8% no número de mortes pela doença no país em 2010, em comparação com o ano anterior. Para atuar em meio à população e ajudar no diagnóstico, voluntários recebem um treinamento de três dias.
Já o serviço Sana, do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), verifica casos de malária em Serra Leoa, onde profissionais da saúde são treinados para identificar riscos em mulheres grávidas, como pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial que pode trazer complicações para a mãe e o bebê) e exposição a tuberculose.
Na Índia, o Amazon Mechanical Turk é responsável por identificar casos de malária. Entre 2010 e 2011, a prevalência da doença – informada tanto por pacientes quanto pelo governo – caiu de forma considerável, ressaltou Elaine.
Informações por e-mail
Um serviço que avisa as pessoas por e-mail sobre doenças é o ProMED Mail, considerado um sistema online para rápida disseminação de dados sobre surtos infecciosos e exposições agudas a toxinas que podem prejudicar a saúde.
Um serviço que avisa as pessoas por e-mail sobre doenças é o ProMED Mail, considerado um sistema online para rápida disseminação de dados sobre surtos infecciosos e exposições agudas a toxinas que podem prejudicar a saúde.
O principal objetivo do ProMED Mail, divulgado em quatro línguas diferentes, é facilitar a comunicação entre a comunidade global. Atualmente, há mais de 60 mil assinantes em 185 países, segundo Elaine Nsoesie, de Harvard.
Outras ferramentas digitais de vigilância sanitária são o aplicativo de celular Outbreaks Near Me (Surtos Perto de Mim), que faz parte do HealthMap, os sites Biocaster e Geosentinel – que recolhe dados mundiais para vigilância de doenças relacionadas a viagens, com 54 clínicas médicas em todos os continentes (17 nos EUA e 37 em outros países) – e serviços de monitoramento de gripe, como o Flu Near You e o Google Flu Trends.
O Google mantém ainda o Google Dengue Trends, que reúne dados da doenças em países como Bolívia, Brasil, índia, Indonésia e Cingapura.
"Esses são passos muito importantes para melhorar os sistemas de saúde dos países e acelerar a detecção e o tratamento de problemas infecciosos", disse a pesquisadora de Harvard.
Para ler mais notícias do Bem Estar, clique em g1.globo.com/bemestar/. Siga também o Bem Estar no Twitter e curta a nossa página no Facebook.
fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/11/sites-e-aplicativos-de-celular-ajudam-monitorar-doencas-pelo-mundo.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário